As exportações do Polo Calçadista de Nova Serrana, no Centro-Oeste de Minas, aumentaram 122,2% nos quatro primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e abril foram US$ 11.637.505 de negócios gerados ante os US$ 5.237.460 de 2021, quando o país e o mundo enfrentavam a pandemia da COVID-19.
Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e foram divulgados pelo Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Polo de Nova Serrana (Sindinova). Eles foram analisados e tabulados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Quatro cidades do Polo tiveram destaque no quadro divulgado pela entidade calçadista: Nova Serrana, Perdigão, Araújos e São Gonçalo do Pará.
Nova Serrana foi responsável pela maior fatia saltando de US$ 4.438.818 para US$ 10.110.109, alta de 127,8%.
Perdigão acompanhou o bom momento nas vendas internacionais e registrou crescimento de 84,5%. As comercializações subiram de US$ 704.388 para US$ 1.299.570. Já Araújos apontou variação de 490,6%, passando de US$ 22.084 negociados em 2021 para US$ 130.424 neste ano.
No quadro apresentado, o município de São Gonçalo do Pará não sinalizou vendas externas no ano passado, entretanto, no primeiro quadrimestre deste ano, foram US$ 42.202 em transações comerciais.
Núcleo de Exportação
O boom, segundo o presidente do Sindinova Ronaldo Lacerda, começou há dois anos com a criação do Núcleo de Exportação.
“Em 2019 e em 2020, começamos a trazer importadores para a feira e para o Polo para comprar e também para desenvolver uma cultura de aprendizado com um olhar especial para as exportações. Isso foi fundamental para trabalhar os clientes, trabalhar os mercados e, principalmente, trabalhar os processos internos e a qualidade do design nas fábricas voltadas para as vendas externas”, pontuou Lacerda.
Em 2021, mesmo com a pandemia, o polo calçadista bateu US$ 20 milhões em exportações. “A nossa meta para 2022 é chegar a US$ 40 milhões exportados no ano”, disse. O otimismo vem dos números alcançados neste primeiro quadrimestre, que já representam cerca da metade de todo o ano passado.
“Acreditamos que chegaremos a este número que projetamos para o Polo de Nova Serrana agora em 2022. É um número que projeta o dobro das exportações do ano passado, que já tinha crescido nos anos anteriores também”.
Acima da média
Apostando em qualidade, uma das empresas cresceu 171% nos primeiros quatro meses deste ano, índice acima da média do Polo. “Investimos muito em produtos e na qualidade que temos, que o cliente consegue perceber que é um diferencial”, afirma a empresária Ebna Silveira que atua com calçados casuais masculinos.
Com 28 anos de mercado a empresa exporta para cerca de 10 países. “Estamos com uma negociação em andamento com os Estados Unidos que era um pouco difícil de exportar”, comemora.
Os principais destinos dos calçados produzidos no Polo de Nova Serrana continuam sendo a América Latina. Argentina aparece na primeira posição com US$ 9.842.958. Em segundo vem o Equador com US$ 404.225 e em terceiro lugar o Chile com US$ 352.019.