Além de gasolina, gás de cozinha e remédios, belo-horizontinos poderão comprar músculo bovino sem a incidência de impostos no valor final do produto, nessa quinta-feira (2/6). Os açougues estão entre os 117 estabelecimentos de Belo Horizonte, que aderiram ao Dia Livre de Impostos (DLI), ação promovida pela Câmera de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e CDL Jovem.
Segundo o Índice de Preços ao Consumidos (IPC), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE), nos últimos 12 meses, o músculo ficou 6,5% mais caro. Na capital mineira, o corte tem sido vendido a um preço médio de R$ 39,90.
Além disso, conforme o Impostômetro, medidor que acompanha a incidência dos impostos no país, atualmente, 29,0% do valor final da carne bovina corresponde a impostos. Em alguns casos, esse índice pode chegar a 40,0%.
Na Feira dos Produtores, localizada na Avenida Cristiano Machado, Nº 1950, no Bairro Cidade Nova, região Nordeste de Belo Horizonte, três açougues irão participar: o Diamantina, o Conde Carnes e o Kenned Carnes.
Confira as regras e as condições de pagamento
- Açougue Diamantina
Corte: músculo bovino
Preço: R$23,39 (Dia Livre de Impostos) — em dias comuns: R$ 38,99
Serão comercializados 200 quilos, e o limite por cliente será de 2 quilos por cliente
Formas de pagamento: dinheiro, PIX e cartões (crédito e débito)
- Conde Carnes
Corte: músculo bovino
Preço: R$ 24,99 (Dia Livre de Impostos) – em dias comuns: R$ 39,99
Serão comercializados 100 quilos, não tendo limite de compra por cliente
Formas de pagamento: dinheiro e cartões (crédito e débito)
- Kenned Carnes
Corte: músculo bovino
Preço: R$ 24,99 (Dia Livre de Impostos) — em dias comuns: R$ 41,99
Serão vendidos 40 quilos, não tendo limite de compra por cliente.
Formas de pagamento: dinheiro e cartões (crédito e débito)
Entenda o que é o Dia Livre de Imposto (DLI)
A ação ocorre desde 2003, promovida pela CDL BH e CDL Jovem, com o objetivo de conscientizar a população sobre a alta carga tributária do país, especialmente no que diz respeito ao consumo, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte e Comunicação (ICMS) e o Imposto Sobre Serviços (ISS).
Além da CDL-BH e CDL Jovem, outras associações apoiam o protesto contra impostos, tais como: Associação Mineira de Supermercados (Amis), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Sindicato e Associação Panificação e Confeitaria de Minas Gerais (Amipão) e Associação de Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac).
Segundo Marcelo Souza e Silva, presidente da CDL BH, o protesto pacífico visa alertar a população a quantidade de impostos pagos nos produtos que elas consomem. “A essência do movimento é mostrar para a população a elevada carga tributária e a falta de retorno”, disse.
Marcelo afirma que a escolha da data, 2 de junho, é estratégica, tendo em vista que é no final de maio que os brasileiros começam a gastar dinheiro consigo mesmos, sendo que os primeiros cinco meses de trabalho são para pagar impostos.
“A data escolhida é sempre final de maio ou início de junho porque é feita uma conta. Até 1º de junho, nós trabalhamos só para pagar imposto de acordo com a média calculada. A partir do dia 2, os ganhos do seu trabalho finalmente são seus. Então, tem esse parâmetro, de que agora 'estou livre de impostos'. É uma carga muito pesada. Trabalhar cinco meses do ano para pagar imposto é muita coisa.”
No DLI, o imposto não é excluído, mas sim realocado, conforme o presidente da CDL BH. “Alguém vai assumir a responsabilidade, ou o próprio lojista/prestador de serviços, ou o fabricante, alguma parte dessa cadeia de produção. Pode haver uma divisão, o fabricante cobre metade e o lojista metade. Há uma lógica para que tudo funcione, mostrando que a CDL está preocupada com o lojista e com o consumidor.”
Marcelo destaca que o DLI é uma oportunidade de vendas, que também trará lucro para lojistas por outros motivos. “É uma oportunidade para o lojista que está com um produto estocado, por qualquer motivo como mudança de estação ou negociações com o fabricante, trazer as pessoas para o seu estabelecimento. Participando do protesto, ele realiza vendas e mostra para as pessoas que ele está preocupado com a causa tributária”, disse.