Parlamentares já começam a se articular no Congresso Nacional para derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) à proibição de cobrança do despacho de bagagens pelas companhias aéreas. O veto foi publicado na edição de quarta-feira do Diário Oficial da União e contraria decisão, tanto da Câmara quanto do Senado, de incluir a gratuidade como emenda no texto da chamada MP do Voo Simples.
Como justificativa para o veto, o presidente alegou "contrariedade ao interesse público", pois, no seu entendimento, a gratuidade dos despachos faria com que os preços das passagens subissem. Tal aumento, ainda, conforme o presidente, "reduziria a atratividade do mercado brasileiro a potenciais novos competidores".
A emenda da gratuidade foi apresentada pela deputada Perpétua de Almeida (PCdoB-AC) durante a tramitação do texto na Câmara. Segundo a parlamentar, que angariou votos favoráveis à emenda de deputados da esquerda e da direita, "todos estão revoltados e chateados".
"Eu estou conversando com vários líderes partidários. Há chances reais do veto ser derrubado, pois um número muito alto de parlamentares aprovou a emenda na Câmara. Vários membros da bancada evangélica manifestaram o sentimento de que houve enganação quando, lá atrás, afirmaram que cobrar pela bagagem baratearia o custo da passagem", lembrou a deputada. Para Perpétua, o que será mais difícil é levar a plenário a discussão. "O líder do governo vai tentar segurar ao máximo", apostou, referindo-se a Ricardo Barros (PP-PR).