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Estado de Minas ESTATAL

Petrobras: crise política resulta em queda de 12% das ações em um mês

Rumos do anúncio do novo presidente, na próxima semana, traz novas incertezas em relação ao futuro da estatal. Bolsonaro faz pressão para saída de Coelho


18/06/2022 17:32 - atualizado 18/06/2022 18:57

Sede da Petrobras
Valor de mercado da Petrobras na Bolsa de Valores de São Paulo encolheu para R$ 375,7 bilhões (foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
 
A Petrobras sofreu queda de aproximadamente 12% em suas ações nos últimos 30 dias em meio à tensão política provocada pelo aumento do preço da gasolina e do diesel nas refinarias. Os papéis PETR3 (ordinárias) caíram 12,24%, de R$ 31,12 para R$ 27,31, enquanto as ações PETR4 (preferenciais) desceram 12,47%, de R$ 34,20 a R$ 29,93.

Estima-se que a companhia de petróleo tenha perdido R$ 27,3 bilhões somente nessa sexta-feira (17/6), quando houve reação negativa de lideranças políticas ao reajuste nos combustíveis. O valor de mercado passou de R$ 403 bilhões para R$ 375,7 bilhões.
 
Novas incertezas pairam sobre o futuro da estatal. Além das pesadas críticas à política de preços da Petrobras, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), solicitou à Câmara a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as ações do presidente da empresa, José Mauro Ferreira Coelho. O desejo do chefe do Executivo é exonerar o mandatário da estatal do cargo.


O governo já teria escolhido o atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, para presidir a Petrobras. José Mauro Ferreira Coelho, atual presidente, foi demitido há um mês, quando ocorreu a indicação de Paes, mas a troca esbarrou nos trâmites legais definidos para a substituição.
 
Bolsonaro comentou a chance de desvalorização da Petrobras com a instalação de uma CPI: “Na última sexta-feira, infelizmente, com o anúncio do aumento dos combustíveis, a Petrobras perdeu no seu valor (de mercado) R$ 30 bilhões de reais. Acredito que na segunda-feira, com a CPI, vai perder outros 30”, disse o presidente.

O chefe do Executivo usou as redes sociais para dizer que o novo aumento teria motivações políticas contra seu governo. Ele ainda argumentou que a decisão pode “mergulhar o Brasil num caos” e citou a greve dos caminhoneiros em 2018, que provocou alta nos preços e desabastecimento.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também pediu a renúncia de Coelho, falando que sua gestão é “um ato de terrorismo corporativo”. Lira e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, chegaram a fazer apelo para que a Petrobras não reajustasse novamente os combustíveis.
 

Queda


Somente nessa sexta-feira (17/6), após a estatal elevar em R$ 0,20 o valor do litro da gasolina (R$ 3,86 a R$ 4,06) e em R$ 0,70 o do óleo diesel (R$ 4,91 a R$ 5,61), a PETR3 havia registrado queda de 7,25%, ao preço de R$ 29,93, enquanto a PETR4 retraiu 6,09%, a R$ 27,31.

Pressionado pelo tombo da Petrobras, o Ibovespa perdeu o patamar dos 100 mil pontos pela primeira vez desde novembro de 2020. A baixa de 2,90% fez a Bolsa encerrar o dia com 99.824 pontos.

Apesar da crise recente, a Petrobras continua com o posto de empresa mais valiosa da Bolsa do Brasil. Nos últimos 12 meses, os papéis PETR3 valorizaram 47,65%, de R$ 19,15 a R$ 29,93, enquanto as ações PETR4 subiram 40,39%, de R$ 19,17 para R$ 27,31.


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