A Petrobras sofreu queda de aproximadamente 12% em suas ações nos últimos 30 dias em meio à tensão política provocada pelo aumento do preço da gasolina e do diesel nas refinarias. Os papéis PETR3 (ordinárias) caíram 12,24%, de R$ 31,12 para R$ 27,31, enquanto as ações PETR4 (preferenciais) desceram 12,47%, de R$ 34,20 a R$ 29,93.
Estima-se que a companhia de petróleo tenha perdido R$ 27,3 bilhões somente nessa sexta-feira (17/6), quando houve reação negativa de lideranças políticas ao reajuste nos combustíveis. O valor de mercado passou de R$ 403 bilhões para R$ 375,7 bilhões.
Estima-se que a companhia de petróleo tenha perdido R$ 27,3 bilhões somente nessa sexta-feira (17/6), quando houve reação negativa de lideranças políticas ao reajuste nos combustíveis. O valor de mercado passou de R$ 403 bilhões para R$ 375,7 bilhões.
Novas incertezas pairam sobre o futuro da estatal. Além das pesadas críticas à política de preços da Petrobras, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), solicitou à Câmara a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as ações do presidente da empresa, José Mauro Ferreira Coelho. O desejo do chefe do Executivo é exonerar o mandatário da estatal do cargo.
O governo já teria escolhido o atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, para presidir a Petrobras. José Mauro Ferreira Coelho, atual presidente, foi demitido há um mês, quando ocorreu a indicação de Paes, mas a troca esbarrou nos trâmites legais definidos para a substituição.
Bolsonaro comentou a chance de desvalorização da Petrobras com a instalação de uma CPI: “Na última sexta-feira, infelizmente, com o anúncio do aumento dos combustíveis, a Petrobras perdeu no seu valor (de mercado) R$ 30 bilhões de reais. Acredito que na segunda-feira, com a CPI, vai perder outros 30”, disse o presidente.
O chefe do Executivo usou as redes sociais para dizer que o novo aumento teria motivações políticas contra seu governo. Ele ainda argumentou que a decisão pode “mergulhar o Brasil num caos” e citou a greve dos caminhoneiros em 2018, que provocou alta nos preços e desabastecimento.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também pediu a renúncia de Coelho, falando que sua gestão é “um ato de terrorismo corporativo”. Lira e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, chegaram a fazer apelo para que a Petrobras não reajustasse novamente os combustíveis.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também pediu a renúncia de Coelho, falando que sua gestão é “um ato de terrorismo corporativo”. Lira e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, chegaram a fazer apelo para que a Petrobras não reajustasse novamente os combustíveis.
Queda
Somente nessa sexta-feira (17/6), após a estatal elevar em R$ 0,20 o valor do litro da gasolina (R$ 3,86 a R$ 4,06) e em R$ 0,70 o do óleo diesel (R$ 4,91 a R$ 5,61), a PETR3 havia registrado queda de 7,25%, ao preço de R$ 29,93, enquanto a PETR4 retraiu 6,09%, a R$ 27,31.
Pressionado pelo tombo da Petrobras, o Ibovespa perdeu o patamar dos 100 mil pontos pela primeira vez desde novembro de 2020. A baixa de 2,90% fez a Bolsa encerrar o dia com 99.824 pontos.
Apesar da crise recente, a Petrobras continua com o posto de empresa mais valiosa da Bolsa do Brasil. Nos últimos 12 meses, os papéis PETR3 valorizaram 47,65%, de R$ 19,15 a R$ 29,93, enquanto as ações PETR4 subiram 40,39%, de R$ 19,17 para R$ 27,31.