Lira já havia anunciado na quinta-feira (16/6) que iria marcar esse encontro e criticou a decisão da diretoria da Petrobras de aumentar os preços.
Nos últimos dias, o presidente da Câmara vem demonstrando uma forte discordância com os rumos tomados pela companhia petroleira, que afirma que o aumento de preços é necessário para evitar um desabastecimento de combustíveis no Brasil.
O Conselho da estatal, que assinalou favorável a um novo aumento de combustíveis, é composto por 11 membros. Desses, seis foram indicados pelo presidente Jair Bolsonaro.
"Se a Petrobras decidir enfrentar o Brasil, ela que se prepare: o Brasil vai enfrentar a Petrobras. E não é uma ameaça. É um encontro com a verdade", disse Lira.
O aumento, que passou a valer desde sábado (18/6), levou o litro da gasolina de R$ 3,86 para R$ 4,06, um reajuste de 5,18%. Enquanto o diesel saltou de R$ 4,91 para R$ 5,61, alta de 14,26%.
CPI da Petrobras
O preesidente Jair Bolsonaro, que já acusou que um reajuste no preço dos combustíveis por parte da Petrobras seria um "interesse político para atingir o governo federal", defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar diretores e conselheiros da estatal.
A proposta deve ser apresentada na segunda pela base do governo no Congresso, segundo Bolsonaro. A medida também ganhou a adesão de opositores, como o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e do também senador Jean Paul Prates (PT-RN)
Subsídio negado
Os conselheiros ligados ao presidente tentaram convencer a diretoria a adiar o aumento, mas, segundo a diretoria, isso só poderia ser feito caso o governo concedesse um subsídio para a Petrobras e para importadores privados importarem diesel mais caro no exterior e revendê-lo no mercado interno por um preço mais baixo. O que foi rechaçado pela equipe presidencial.
A negativa em reajustar os preços dos combustíveis poderia causar, além do desabastecimento, ações contra a empresa na Justiça.