Motoristas de Belo Horizonte podem encontrar o preço do etanol 3,78%, equivalente a R$ 0,20, mais barato em comparação ao início do mês, é o que aponta a pesquisa de preços do Mercado Mineiro. O levantamento, realizado entre os dias 21 a 25 de junho, mostra que o preço do combustível caiu, mas os motoristas ainda devem ficar atentos à variação de preços que pode chegar a 25%.
Para o especialista, o etanol volta a ser viável para o bolso do consumidor quando comparado aos preços médios, que corresponde a 65% do preço médio da gasolina comum. "A gasolina subindo e o etanol caindo, devido a safra, sem dúvidas nenhuma ele vai ser a salvação para o consumidor que tem carro bicombustível", pontua.
Gasolina
Entre os postos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o menor preço encontrado da gasolina comum foi R$ 7,14 e o maior R$ 7,89, uma diferença de 10,50%. Segundo o levantamento, desde o dia 10 de junho, o preço médio da gasolina subiu 1,57%, ou seja R$ 0,12. Antes o valor era de R$ 7,44 e atualmente é de R$ 7,56.
Diesel
Com um aumento muito mais significativo, o cenário para o diesel é totalmente diferente. Nos últimos 30 dias o preço médio do litro do combustível subiu 10,78%, isto é R$ 0,75. Antes, o preço médio era R$ 6,94 e atualmente é de R$ 7,69.
Conforme o levantamento, de janeiro de 2021 a junho de 2022, o preço médio do Diesel s10 subiu 99%, aumento de R$ 3,84. O preço médio que era R$ 3,85 atualmente é R$ 7,69.
O menor preço do litro do diesel encontrado durante o levantamento foi de R$ 7,34 e o maior R$ 8,09, variação de 10,22%. Já o m³ do Gás Natural Veicular está com preço médio de R$ 5,59.
Consumidores têm optado pelo etanol
No posto Xanatam, na MG-05, no Bairro Goiânia, na Região Nordeste de Belo Horizonte, o motorista de aplicativo Wesley Manoel Santos Moreira, de 39 anos, conta que está optando pelo etanol pois está mais “em conta” para ele. "A gasolina só tá aumentando, todo dia um valor, fica complicado de manter só com gasolina”, relata.
Wesley diz que, em comparação a gasolina, o álcool não compensa tanto para o desenvolvimento do carro, mas é o que está conseguindo sustentar neste momento de alta do combustível. Ele estima que deve fazer uma diferença de 30%, 40% rodando cerca de 70 km por dia.
“Desde o final do ano passado, que aumentou bastante, está sendo mais viável o álcool”, contou à reportagem sobre desde quando tem optado por etanol. Ele conta que, com o aumento, já até pensou em desistir de ser motorista de aplicativo. “Por conta do preço mesmo. Você abastece hoje um valor, amanhã outro valor, às vezes até no mesmo dia aumenta”, desabafa. “Nunca imaginei chegar nesse ponto não”.
O solador Alexandre Coelho Luciano, de 50 anos, assim como Wesley, tem optado pelo etanol. Ele conta que mesmo com o desenvolvimento melhor do carro quando abastecido com gasolina, ele tem optado por álcool há cerca de sete anos. O solador diz que não costuma fazer pesquisas e que abastece pelo que aparenta mais em conta.
“Uns dias para trás ele [etanol] estava quase igual, aí eu parei, estava colocando gasolina, mas agora voltou e é só etanol”, conta Alexandre. “Gasolina é melhor, mas tem que olhar pelo preço né? O dinheiro que manda. Faz diferença no orçamento de tudo”, conta.
O motorista Sebastião Teodoro da Silva, de 78 anos, diz que mesmo com a alta no preço mantém a gasolina como sua preferência. Para ele, mesmo o combustível sendo mais caro, compensa mais para a preservação do carro.
"O etanol, o carro fica meio ruim para pegar, para sair de manhã você tem que esquentar ele. A gasolina é mais cara mas não tem problema, o carro não rateia nem nada, ainda mais no tempo de frio", conta. “Eu só ponho gasolina”.
Gás de cozinha
A pesquisa do Mercado Mineiro também levantou a variação dos preços dos botijões em 101 depósitos de gás de cozinha. O botijão de 13kg na portaria tem variação de 39%, custando de R$ 104,00 até R$ 145,00.
Já o botijão de 13kg entregue no próprio bairro tem variação de 32%. O cilindro de 45kg entregue custa de R$ 415,00 até R$ 580,00, uma diferença de 40%.
A pesquisa completa está disponível no site Mercado Mineiro.
*Estagiário sob supervisão da subeditora Jociane Morais