O Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG) concluiu, em assembleia nesta sexta-feira (8/7), que deve aderir à greve proposta pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) caso o Congresso Nacional leve a pauta da privatização da Petrobras. Diversas reuniões ocorreram em todo o país para decidir se a categoria poderá entrar em greve por tempo indeterminado.
Os trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de BH, rejeitaram de forma unânime a contraproposta da estatal petroleira. Já a greve da refinaria, votada somente pelos funcionários da Regap em processo de venda, foi aprovada pela maioria.
Petrobras "despreza os esforços de trabalho da categoria petroleira", principal responsável pelo lucro de R$ 44,56 bilhões da empresa no primeiro trimestre - 38 vezes maior que o do mesmo período do ano anterior.
Segundo o Sindipetro, a "Nós aqui em Minas Gerais, com uma pauta local, aprovamos também uma greve caso coloquem a Regap à venda, a nossa única refinaria de Minas Gerais, nessa privatização descarada do nosso patrimônio por metade de seu preço. A categoria mineira mostrou mais uma vez que vai pra luta. Não permitiremos a entrega da Regap", afirmou Alexandre Finamori, coordenador geral do Sindipetro/MG.
Valor abaixo de mercado
Conforme o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), as unidades que o governo do Presidente Jair Bolsonaro vem privatizando foram negociadas por um preço abaixo do mercado.
A Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), em Fortaleza/CE, foi negociada por R$34 milhões em maio de 2022 - 55% do seu valor real com base na avaliação do Ineep.
Por fim, o Ineep argumentou que o processo de venda da Regap de Betim está sendo realizado sem transparência da empresa e não mantém diálogos com as petroleiras e petroleiros.