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Estado de Minas INSASTIFAÇÃO

Preço de diesel dispara em BH e tanqueiros não descartam paralisação

Segundo Irani Gomes, presidente Sindtanque-MG, categoria fará reunião nesta quarta-feira (13/7) para decidir se haverá paralisação


11/07/2022 12:36 - atualizado 11/07/2022 16:42

Na foto, posto de gasolina da Grande BH. Preço do diesel é R$ 8,09
Segundo pesquisa do Mercado Mineiro, o maior preço do diesel encontrado nos postos de Belo Horizonte e Região Metropolitana foi R$ 8,09, enquanto o menor é de R$ 7,24 (foto: Edesio Ferreira/EM/DA Press)
Com o diesel chegando a R$ 8,09, em Belo Horizonte, segundo indica pesquisa do Mercado Mineiro, tanqueiros de Minas Gerais não descartam paralisação. Na próxima quarta-feira (13/7), a categoria vai se reunir para deliberar uma possível greve, caso a situação não se altere, conforme o presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes. 

“O preço médio do diesel está R$ 7,60, em Minas Gerais, e, em alguns postos fora da Grande BH, chegam até R$ 8,60. A categoria está revoltada com fato da redução do ICMS não ter atingido o preço desse combustível. Então, essa semana será muito decisiva, caso não tenha uma mudança a favor desses trabalhadores, faremos uma paralisação geral”, afirmou Gomes. 

Ao contrário dos valores da gasolina que, após a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), caiu, o preço médio do diesel, em comparação ao mês passado, aumentou de R$ 6,94 para R$ 7,63, cerca de 9,95%. Nos postos, o menor preço cobrado pelo litro de diesel é de R$ 7,24, uma variação de 11,74% comparado ao maior valor encontrado.

Os dados da pesquisa, que fez o levantamento dos valores dos combustíveis  em 180 postos de Belo Horizonte e Região Metropolitana, entre os dias 7 a 10 de julho, comparou os preços com o levantamento do dia 10 de junho. O estudo também  indicou que o custo médio do diesel S10 subiu 98% (R$ 3,78) de janeiro de 2021 a este mês. 

Consumidores estão insatisfeitos com preço do diesel 

O presidente do Sindtanque-MG informou que a reunião será não só com os trabalhadores do transporte de combustível e derivados de petróleo, como também de outras modalidades. “Precisamos da redução do ICMS do óleo diesel. A  redução foi somente para gasolina, pois estava acima de 18%. Como hoje o diesel é 14%, ele não foi contemplado”, disse.

Segundo Gomes, essa queda de preço é importante para que outros produtos também tenham seus valores diminuídos. “Atualmente, o que faz abaixar o custo do leite, arroz, feijão e material de construção é o óleo diesel. Por isso, os valores desses produtos continuam altos, já que mais 80% das cargas brasileiras é feita pelo transporte rodoviário. Então, diminuir o preço gasolina e o etanol não é suficiente para diminuir a inflação, afinal é o diesel a cadeia principal dos combustíveis”, afirmou. 

Na foto, William Rossi. O homem está em frente a um posto de gasolina da Grande BH, de camisa vermelha e ao lado do veículo. Ele também usa óculos de grau
O motorista de caminhão William Rossi não consegue mais encher o tanque do veículo, devido aos altos preços do diesel (foto: Edesio Ferreira/EM/DA Press)
William Rossi, 46, motorista de caminhão de mudança, é um dos trabalhadores que não está satisfeito com o cenário. Ele também  afirmou que a redução do combustível foi positiva somente para os carros movidos à gasolina. “Como trabalho com caminhão, essa queda no valor não resolveu muita coisa, pois o óleo diesel está quase chegando a R$ 8, onde costumo abastecer. Então, essa medida não afetou aos motoristas que estão no ramo de transporte que utiliza o diesel”, contou. 

Além disso, ele conta que não consegue mais encher o tanque do caminhão. “Não tenho condições de completar o tanque mais. Agora, só coloco o combustível necessário para fazer o serviço, já que não dá para passar disso. Está muito complicado”, disse. 

Gasolina e etanol 

A pesquisa do Mercado Mineiro mostrou que a gasolina teve uma redução de 19,99%, o que é equivalente a R$ 1,49. O valor médio encontrado anteriormente era de R$ 7,44 e, atualmente, de R$ 5,95. Nos postos de gasolina consultados, o menor preço encontrado foi de R$ 5,64 e o maior de 17,91%. 

No caso do etanol, a redução também impactou positivamente. O preço médio do combustível caiu 9,16%, ou seja,  reduziu R$ 0,47 em comparação ao mês de junho. O valor médio era de R$ 5,17 e passou a ser de R$ 4,70. O menor prelo encontrado entre os postos pesquisados foi de R$ 4,48 e o maior de 5,17, variação de 14,96%.

Com a queda do preço da gasolina, o etanol não é mais viável para o consumidor, situação diferente de duas semanas atrás. Atualmente, quando compararmos os prelos médio, o etanol corresponde a 79% do preço médio da gasolina comum. 


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