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Estado de Minas AUXÍLIO BRASIL

Mineiros começam a receber parcelas do Auxílio Brasil

Governo Federal estenderá beneficio a 1,5 milhão de famílias em todo o estado. Mais de 100 mil estão em Belo Horizonte


09/08/2022 11:42 - atualizado 09/08/2022 18:29

Fila em frente à Caixa
Longa fila de pessoas se formou em Ribeirão das Neves para receber a primeira parcela do Auxílio Brasil (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
 
O dia mal havia começado, e o desempregado João Roberto Justino, de 46 anos, já era o primeiro de muitos que estavam ansiosos numa fila quilométrica em uma das agências da Caixa Econômica Federal em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ao receber a primeira parcela de R$ 600 do Auxílio Brasil, ele coloca trégua momentaneamente a uma preocupação que vem de meses e foi acentuada pela crise econômica e pela inflação. 
 
Concedido pelo governo federal às famílias mais vulneráveis, o benefício servirá para necessidades mais urgentes, como colocar comida dentro de casa, pagar contas e solucionar outras dívidas que se arrastaram por meses.
 
Em Ribeirão das Neves, onde o índice de Desenvolvimento Humano é um dos mais baixos de Minas Gerais (ocupa a a 329ª posição), pelo menos 25 mil famílias se cadastraram para receber o Auxílio Brasil. A cidade é a terceira com mais beneficiários no estado, atrás de Belo Horizonte (104 mil) e Contagem (36,2 mil).
 
João Roberto chegou à agência antes das 7h e foi o primeiro a resgatar o benefício. Ele admitiu ter dificuldade para pagar as contas de água, luz e supermercado e convive com a falta de trabalho com carteira assinada há pelo menos 12 anos. 

"De vez em quando, arrumo um trabalho temporário para tentar colocar comida dentro de casa, principalmente o arroz e o feijão. No outro dia, tenho que correr atrás novamente. Mas não é nada certo. Tudo e muito sofrido", afirma José Roberto, que trabalha como pedreiro há décadas.

Homem com boné e máscara de proteção na fila da caixa
João Roberto chegou à agência antes das 7h e foi o primeiro a resgatar o benefício (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Em Minas Gerais, cerca de um 1,5 milhão de famílias vivem ansiosamente à espera do Auxílio Brasil. Algumas delas não conseguiram cadastro e lutam arduamente para receber o benefício de R$ 600, que será importante para garantir a tranquilidade nos meses seguintes.

Dos 18,13 milhões de famílias que recebem o Auxílio Brasil em julho de 2022, 5,21 milhões residem no Sudeste. O número corresponde a 28,7% do total. De acordo com o Ministério da Cidadania, foram investidos R$ 2,1 bilhões em quase 1,7 mil municípios da região para custear o benefício.

Para a desempregada Renilde Pereira de Jesus, de 41, a quantia se tornou um alívio depois de momentos de preocupação com os gastos em casa, que tiveram aumento em virtude da inflação. "É uma ajuda que faz uma falta enorme, pois moro sozinha com meu filho e estou desempregada há um ano e meio. Os produtos tiveram aumento de preço e praticamente não sobra nada no restante do mês. Estou tentando arrumar trabalho, mas tudo tem sido muito complicado", lamenta.

"Esses R$ 600 vieram como salvação. Vou poder comprar muitas coisas", acrescenta.
 

Solidariedade

 
Neimar Dias Brito, de 56, também chegou cedo à Caixa para resgatar o benefício. Ele contou que chegou a passar necessidade e foi socorrido graças à solidariedade de outras pessoas. "Tudo se tornou complicado nos últimos meses. Conto muito com a ajuda da família, dos amigos e da igreja para sobreviver. Mas temos que viver o dia a dia e não podemos pensar no amanhã."

Homem de barba e boné
Neimar está desempregado há quatro anos. Trabalha como jardineiro, mas o serviço está escasso desde o início da pandemia (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Ele está desempregado há quatro anos. Trabalha como jardineiro, mas o serviço está escasso desde o início da pandemia. Por algum tempo, Neimar recebeu as parcelas do auxílio emergencial do governo, o que foi fundamental para garantir o sustento da família. Mas, como o governo federal suspendeu o benefício no ano passado, o drama se multiplicou.

"Minha esposa é deficiente e não pode trabalhar. Já estou numa idade mais avançada e é difícil conseguir emprego. Esse dinheiro é muito bem-vindo", argumenta. 
 
Thalia Rabelo, de 21, chama a atenção pelo alto índice de vulnerabilidade no Brasil, com muitos sem ter o que pôr à mesa no almoço. Para ela, o auxílio significará dias mais tranquilos. "Esse dinheiro vai ajudar muito a minha casa. Meu pai é falecido e minha mãe tem dificuldades para colocar dinheiro dentro de casa. Está sendo muito complicado e não é só na minha casa que vivemos isso. Muitas famílias estão passando necessidades e pedem por ajuda no Brasil." 

Índice de vulnerabilidade 

O pagamento do Auxílio Brasil é feito, inicialmente, a beneficiários com o Número de Identificação Social (NIS) de final 1. Os últimos a receber esta primeira parcela serão aqueles com NIS terminado em 0, cujo benefício será depositado no dia 22.
 
O número pode ser encontrado por meio do cartão do Bolsa Família ou Auxílio Brasil. Em alguns modelos de carteira de Identidade, ele pode ser identificado caso haja a informação do PIS/PASEP, que é o mesmo número do NIS. 

NIS de final 1: 9 de agosto
NIS de final 2: 10 de agosto
NIS de final 3: 11 de agosto
NIS de final 4: 12 de agosto
NIS de final 5: 15 de agosto
NIS de final 6: 16 de agosto
NIS de final 7: 17 de agosto
NIS de final 8: 18 de agosto
NIS de final 9: 19 de agosto
NIS de final 0: 22 de agosto


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