Pesquisa do Mercado Mineiro revelou que o preço da bisteca varia até 200% em Belo Horizonte, custando de R$14,95 até R$44,95. Entre as carnes, as maiores variações de preço ocorreram com a de frango e a de porco. Já a carne bovina teve uma pequena queda em alguns casos. A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 19 de agosto em 39 estabelecimentos.
A carne bovina registrou uma pequena queda no último mês. O filé mignon registrou a maior queda, de R$69,82 para R$66,81, uma redução de -4,31%. O quilo da chã de dentro caiu de R$42,79 para R$41,70, uma redução de -2.54%. O contrafilé foi de R$49,75 para R$48,55, redução de -2,41%. Por último, o quilo da maminha caiu de R$44,84 para R$43,92, uma redução de -2%.
Economista explica aumentos significativos
Já a carne de porco, salsicha e bisteca suína tiveram as maiores variações. A salsicha teve como menor preço R$8,99, mas chegou a custar em alguns estabelecimentos R$34,95. Para o analista econômico da faculdade Arnaldo, Alexandre Miserani, esse aumento galopante de preços é consequência de um efeito cascata.
“Podemos inferir inicialmente que isso é uma consequência da exportação de carne bovina. Com isso, houve uma menor oferta e maior procura para as carnes suínas, então as pessoas tiveram que procurar opções mais baratas. Isso tudo gera aumentos absurdos para a carne suína e frangos”.
Ele destaca também que o aumento da carne atrapalha ainda mais o brasileiro pelo fator cultural. No país, falar em proteína é automaticamente entendido como carne. “As pessoas podem buscar substituir a carne por ovo, ou por fontes vegetais, como o amendoim e feijão”.
O economista destaca também que esses aumentos pioram uma situação já conhecida pelos brasileiros, e agravada pela pandemia: o empobrecimento da alimentação.
“Se olharmos o aumento da salsicha, por exemplo, a população está buscando alternativas até onde ela aguenta. Porque no imaginário, comer salsicha, ou não comer nenhuma proteína, come-se salsicha. Isso tem uma consequência a médio e longo prazo muito séria, porque comendo ultraprocessados, acaba aumentando os problemas de saúde, estourando o SUS por incompetência de ajustamento da economia brasileira”.
Outro dado que comprova a análise de Miserani seria a variação entre os cortes menos nobres de frango. O quilo do pé de frango foi de R$5,25 até R$10,99, com variação de 109%.
*estagiária sob supervisão do subeditor Juliano Paiva