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Estado de Minas ALÍVIO

Divinópolis: preço da cesta básica cai pelo quarto mês consecutivo

Em 12 meses, o custo dos alimentos básicos, no entanto, ainda apresenta alta de 20,4% em Divinópolis


16/09/2022 15:41 - atualizado 16/09/2022 15:57

Mercadorias dentro de carrinho de supermercado
O trabalhador remunerado com salário mínimo precisou trabalhar 101 horas para pagar o custo da cesta básica em agosto (foto: Divulgação/SindMetal)
Após um período amargando altas, o preço da cesta básica registrou a quarta queda consecutiva em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. A redução em agosto foi de 2,05% se comparado com o mês anterior. O levantamento foi divulgado, nessa quinta-feira (15/9), pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico Sociais (Nepes) da Faculdade Una.
 
No mês passado, o custo médio dos alimentos básicos no município foi de R$ 560,31. Em julho, o grupo dos mesmos itens custava R$ 572,04.
 
A batata foi responsável a queda nos valores. O legume ficou 23,81% mais barato. A queda se deve à maior oferta explicada pelo bom ritmo das colheitas. Outras reduções foram observadas no pão francês (15,69%), no feijão (13,81%), no leite (11,11%) e no óleo (10,78%). 

“Para este último em específico, a redução dos preços internacionais da soja, devido a uma demanda menor e ao ritmo menos intenso de negócios, contribuiu para o crescimento da oferta. Internamente, com o aumento da disponibilidade da soja e demanda reduzida, reprimida por causa dos altos patamares de preços do óleo no varejo, houve queda no valor médio”, explica o coordenador da pesquisa, professor Wagner Almeida.  

Outro fator é citado pelo professor para explicar as consecutivas quedas no preço da cesta básica. “De maneira geral, o que tem puxado essa redução é o efeito em cadeia provocado pela política de desoneração dos combustíveis e energia elétrica.” 

Para ele, a tendência de redução deve se manter em “curtíssimo prazo”. A médio prazo, os sinais, segundo Almeida, são de novas altas.
 
“A baixa dos preços não é generalizada, enquanto alguns demonstraram queda, em contrapartida outros subiram. Além disso, as medidas fiscais colocadas em prática, como o auxílio emergencial, por exemplo, são mecanismos que sustentam o consumo e podem pressionar os preços”, explica.

Cesta básica mantém alta no ano


Embora, as reduções tímidas sejam registradas, no acumulado do ano, a cesta ainda apresenta alta de 4,58%. Se analisados os últimos 12 meses, o índice é maior, 20,4%.

Dos 13 itens que compõe a cesta básica, cinco tiveram aumento nos preços médios na comparação com o mês anterior: banana-prata (28,58%), tomate (28,15%), Açúcar (3,77%), manteiga (1,12%) e carne (0,87%). 

No caso da carne bovina, que representa o maior peso (41,5%) na composição da cesta básica de alimentos, foram pesquisados os cortes: chã de dentro e chã de fora.

Salário Mínimo 

A pesquisa também apontou que a cesta básica consome 46,2% da remuneração do trabalhador que ganha R$ 1.212. O salário mínimo, segundo o levantamento, necessário para arcar com os custos básicos de uma família de quatro pessoas é de R$ 4,7 mil.

Em agosto, o tempo médio trabalhado pra adquirir os produtos da cesta foi de 101 horas e 42 minutos. 

Pesquisa

A pesquisa foi realizada entre 23 e 27 de agosto com levantamento de preços praticados em cinco estabelecimentos que possuem em sua estrutura açougue, padaria e hortifrúti.

A metodologia utilizada para a coleta dos dados segue as orientações sugeridas pelo Departamento intersindical de estatística e estudos socioeconômicos (Dieese). 

*Amanda Quintiliano especial para o EM


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