O mercado imobiliário de Belo Horizonte e Contagem registrou o segundo melhor desempenho desde 2014 no primeiro semestre deste ano, segundo o instituto Data Secovi, instituto da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG). O volume de vendas caiu em relação ao ano passado, mas o valor dos imóveis cresceu e garantiu bons negócios para o setor.
A redução do volume de vendas foi de 18,5%. No primeiro semestre de 2021, 15.305 imóveis foram negociados, contra 12.471 no mesmo período deste ano.
Apesar disso, o valor dos imóveis registrou um aumento médio de 7,46%, alcançando o preço médio de R$ 522 mil. Em 2021, a média foi de R$ 485,8 mil por imóvel negociado.
Instabilidade
A queda no volume de vendas já era esperada, pelo desempenho extraordinário do setor no ano passado – o melhor desde 2014. Foi o aumento de preços que surpreendeu, e animou o mercado.
"O ano de 2021 foi único para a história do mercado imobiliário; as vendas bateram recordes e havia esperança de que 2022 fosse similar. Neste ano, tivemos várias particularidades, como baixa expectativa do PIB no início do ano, guerra na Ucrânia, manutenção da política de aumento da taxa Selic, com consequência no valor do financiamento imobiliário, inflação mundial e um cenário político polarizado em ano eleitoral", afirmou o diretor da CMI/Secovi-MG e responsável pelo Instituto Data Secovi, Leonardo Matos.
Residências puxam desempenho
O melhor desempenho foi o dos imóveis residenciais, em especial de apartamentos. Foram vendidas 9.255 unidades desse tipo nesse primeiro semestre, com uma elevação média de 11,45% nos preços.
Mesmo com a elevação da Taxa Selic e dos juros sobre financiamento, a busca pela casa própria foi o motor dos bons resultados do setor.
Os imóveis comerciais, por sua vez, seguem em um nível inferior ao pré-pandemia. Foram 1.382 unidades vendidas até julho deste ano, com preço médio 13% inferior ao do mesmo período do ano passado. A maior redução de volume de vendas foi no segmento de galpões.
Leonardo Matos explica que "os imóveis não residenciais ainda sentem o efeito da pandemia, especialmente salas e andares comerciais com mais de 10 anos de construção." Segundo ele, "o home office para algumas atividades se consolidou e as compras online vieram para ficar".