Por Leonardo Godim
A produção e comercialização de cachaça está em plena recuperação e já chega perto de atingir os níveis pré-pandemia. É o que indica o Anuário da Cachaça, publicado nessa quinta-feira (13/10) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
A produção e comercialização de cachaça está em plena recuperação e já chega perto de atingir os níveis pré-pandemia. É o que indica o Anuário da Cachaça, publicado nessa quinta-feira (13/10) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Os dados mais atualizados mostram que a exportação da bebida até setembro mostrou um crescimento de 54% em valor e 22% em volume em relação ao ano passado, segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça (BRAC). Já foram vendidos US$ 14,47 milhões, quase o mesmo do exportado em todo o ano de 2019, antes da pandemia.
O volume exportado representa, porém, apenas 1% do total produzido no país. A maioria da cachaça é consumida por brasileiros, e as vendas internas cresceram 30% em valor e 18% em volume, segundo o IBRAC. Ao todo, foram vendidos cerca de 470 milhões de litros por R$ 15,5 bilhões.
O anuário mostra um aumento de 67% no número de produtos registrados pelos 936 estabelecimentos com autorização para produzir a bebida típica dos brasileiros. Há, porém, um grande número de estabelecimentos informais no país, que não entram na estatística oficial.
“A nossa percepção é que 2022 é um ano que vai além da recuperação, mas é também um ano de reforço e aumento das vendas diante uma demanda muito reprimida em razão da pandemia. Os bares e restaurantes, que são o porto onde desaguamos nosso produto, fecharam, e o consumo caiu bastante. Com as pessoas voltando para as ruas, com shows, feiras, há um aumento e incremento das vendas do setor”, relatou Roger Sejas, presidente da Associação Nacional dos Produtores e Integrantes da Cadeia Produtiva e de Valor da Cachaça de Alambique (Anpaq), que representa 135 estabelecimentos associados – todos eles de alambique, que se distinguem das cachaçarias industriais.
Minas na liderança
Minas Gerais é o estado com maior número de produtores de cachaça do país. São 353 estabelecimentos, 38% do total. O principal município é Salinas, com 16 cachaçarias, seguido pela cidade de Alto Rio Doce, com 11.
A produção está fortemente concentrada na região sudeste do país, que abriga 66,2% das cachaçarias. Apesar de Minas ter o maior número de estabelecimentos, é São Paulo que possui o maior volume de produção, segundo estimativa do IBRAC.
O anuário também mostra os municípios com maior número de cachaçarias por habitantes. Das 14 cidades, 11 são mineiras. Córrego Fundo, a primeira do ranking, tem 643 habitantes por cada estabelecimento produtor de cachaça. Seguem Lamim (673), Divinésia (686) e Alto Rio Doce (715).
Produto exportação
O crescimento expressivo da exportação de cachaça mostra uma janela de oportunidades do setor, com uma demanda externa que também tem crescido com a retomada da circulação de pessoas após a pandemia.
Segundo dados do Anuário da Cachaça, os três principais países que importaram nossa bebida típica em 2021 foram o Paraguai (1,631 milhão de litros), Alemanha (1,630 milhão) e Estados Unidos (903,7 mil).
Os Estados Unidos, porém, lideram no valor pago pela cachaça. O país norte-americano comprou U$ 3,5 milhão da bebida, enquanto a Alemanha importou, em valor, U$ 1,9 milhão. O Paraguai vem em terceiro, com U$ 1,3 milhão.
“O mercado externo está sedento. A cachaça tem a oportunidade de alcançar patamares ainda maiores, e impactar positivamente o setor”, comentou Roger.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira