O fim de ano sempre gera expectativas na economia, não só por parte dos comerciantes que anseiam pelo crescimento das vendas, mas também para aqueles profissionais desempregados que esperam um lugar no mercado de trabalho. Pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), mostra que, no 'supertrimestre' (outubro/novembro/dezembro), 38% dos empresários que vão contratar no período devem efetivar os funcionários depois dessa temporada.
No varejo, a tendência é de crescimento em percentuais estáveis. Em julho, a geração de empregos na capital mineira acumulou 3.813 novos postos de trabalho. Além disso, a economia de Minas Gerais, como um todo, apresentou uma melhora no desempenho: no segundo trimestre, o PIB do Estado cresceu 7,3%, de acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP).
Para Jacqueline Bacha, proprietária da Simone Modas, empresa do setor de vestuário com 52 anos no mercado e atuante tanto em Venda Nova quanto no Hipercentro de BH, o momento é de otimismo. Ela destaca que, neste ano, a Black Friday, tão esperada pelo comércio, coincide com o início da Copa do Mundo, ressaltando a popularidade de bares, restaurantes e eventos nesse periodo.
“As expectativas são altas, ainda não definimos em termos percentuais, mas, com a retomada dos eventos estamos concluindo um ciclo de saída da crise econômica e pandemia. Esperamos que o momento dê dinamismo à economia da cidade já em novembro”, afirma Jacqueline.
Contratações temporárias
Para o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, os resultados positivos da economia podem se refletir em maiores contratações neste período de megapromoções e festas. “A maioria dos lojistas inicia as contratações em outubro para atender às demandas de Black Friday e Natal. A possibilidade é que nas próximas semanas haja um aquecimento nas contratações”, explica Marcelo.
Até o momento, na capital mineira, as vagas para atuar como vendedor dominam as oportunidades de emprego com 89%, aponta a pesquisa da CDL/BH. As outras áreas que se destacam são:
- Atendente - 35%
- Caixa - 8%
- Estoquista - 5,4%
- Alfaiate, fiscal/vigia e repositor - empatados com 2,7%
A Simone Modas, por exemplo, espera ampliar o número funcionários para o período, com uma força de trabalho entre 4 a 6 novos colaboradores, principalmente nas vendas e, sendo necessário, na parte de expedição, embrulho e entregas. “Como fiquei com um efetivo baixo no quadro, nos últimos dois anos - como todo o setor de comércio - , as pessoas que se destacarem têm grandes chances de continuar”, comenta Jacqueline Bacha.
Número de contratações previstas para este ano ainda não é alto
Apesar das chances de efetivação, a expectativa, até agora, de 80% dos lojistas de Belo Horizonte é de não admitir colaboradores temporários para o fim do ano. Alta na inflação, taxas de juros elevadas e incertezas políticas, têm freado o comerciante. O destaque, também, vai para o alto custo de vida na capital do estado, que limita o poder de consumo das famílias.
“O cenário atual, com o desenrolar das eleições e a resposta do consumidor a proximidade de datas festivas, pode ser modificado”, argumenta o presidente da CDL/BH.
O Brasil segue o cenário da capital em relação às contratações temporárias. Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), revela que cerca de 95 mil vagas serão abertas no país até dezembro, número abaixo da projeção da pesquisa de 2021, que apontava mais de 105 mil vagas.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do 2° trimestre de 2022, o número de desempregados chega a 10,1 milhões de pessoas, com uma taxa de 9,3%.
*Estagiário sob supervisão
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