O baixo Centro de Belo Horizonte vai receber um novo espaço cultural que promete reanimar a região e se tornar uma referência de arte e artesanato na capital. O Mercado Mineiro de Arte e Artesanato será inaugurado neste sábado (26/11), na Rua Oiapoque, após meses de preparação.
Com cerca de 120 lojistas na inauguração e capacidade de receber até 200, o projeto une a estrutura de um shopping com as características de uma mercado tradicional, com pequenos produtores e artistas locais. A iniciativa é encabeçada por Paulo Favetto, que traz na bagagem 35 anos à frente da Feira Hippie, e uma visão singular sobre a importância de oferecer condições para a promoção da cultura mineira.
Vale do Jequitinhonha, Alto Mucuri e do Sul de Minas.
Fazem parte da iniciativa expositores de feiras locais, como a Hippie, do Mineirinho, da Avenida Silva Lobo, do Eldorado, da Economia Solidária, além de lojas de outras cidades mineiras, como Ouro Preto, Tiradentes e associações do Cercado por estacionamentos, ao lado da Rodoviária e de uma estação do Move, Paulo acredita que o projeto tem o potencial de se tornar um ponto turístico de peso na cidade. “É um espaço sem vizinhos pra incomodar, bem situado, com grande fluxo de pessoas e tudo para receber eventos importantes”, comentou.
Encabeçada por Paulo Favetto, sua filha e sua esposa, a proposta é única. O prédio que abrigará o mercado é tombado, com arquitetura da década de 1940. Ele estava parado desde o início da pandemia, e foi reformado para oferecer todas as comodidades para o público em um ambiente esteticamente tradicional.
Espaço Cultural
O projeto inclui também o Espaço Cultural Mercado Mineiro, no local do estacionamento do Mercado. O Espaço abrigará cursos, oficinas, exposições e instrumentos de trabalho para produtores de música, arte e artesanato. “A nossa ideia é que aqui também funcione com um espaço de fomento para projetos culturais e eventos dessa área. Vamos ter um estúdio para gravação de podcasts, por exemplo; um galpão para shows e festas e nossa programação cultural vai colocar o MMAA nas principais agendas da cidade”, explica Paula Favaretto, diretora do Espaço Cultural.
Impacto na região
A praça ao fundo do mercado, um largo com palmeiras e outras plantas, foi adotado pelo projeto e será revitalizado. Para isso, o Mercado irá firmar uma parceria com programas de reintegração social da Prefeitura de Belo Horizonte, contratando pessoas que estão saindo da situação de rua como jardineiros.
Além disso, os organizadores pretendem oferecer uma estrutura para os mototaxistas que ficam na região, com associação, ponto de embarque, e um local para guardar as motos.
“Nosso objetivo é melhorar toda essa região em volta do mercado”, disse Paulo. Ele disse que está há seis meses indo diariamente ao local para organizar o projeto, e tem visto uma realidade muito diferente da estigmatização daquela parte do Centro. “Os moradores de rua não mexem com ninguém, e o fluxo da Rua Oiapoque é de umas 70 mil pessoas por dia”, comentou.