Apesar de um saldo de 159.454 vagas criadas em outubro, a geração de emprego formal está perdendo o fôlego, pois registrou queda de 42,5% em relação ao volume de cargos criados em setembro, de 277.388. É o que apontam os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados, nesta terça-feira (29/11), pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
Conforme os dados do Caged, o comércio e a indústria lideram como os que mais empregam, com 9.843.317 e 7.569.166 de empregados, respectivamente.
O dado é referente à diferença entre o número de admissões e demissões e reflete a desaceleração da economia no terceiro trimestre. Na próxima quinta-feira (1/12), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) dos meses de julho a setembro. A maioria das apostas do mercado é de um crescimento entre 0,5% e 0,6%, praticamente metade do avanço de 1,2% no PIB do trimestre anterior, refletindo, em grande parte, o impacto do aumento dos juros ao longo do ano.
Ao comentar os números, o subsecretário de Estudos e Estatísticas da pasta, Felipe Pateo, minimizou o recuo, porque afirmou que os meses de outubro têm uma sazonalidade na indústria de forma geral, que reduz as contratações. Contudo, ele reconheceu que o recuo surpreendeu. "Essa queda, apesar de ser maior do que o esperado, não foge tanto ao padrão de sazonalidade da série histórica", disse.
De acordo com os dados do Caged, a geração de emprego no mês de outubro foi positiva em 26 das 27 unidades da Federação, com exceção do Amapá. Os estados do Sudeste aparecem com o maior volume de vagas criadas.
O salário médio das admissões encolheu 0,3% entre setembro e outubro, passando de R$ 1.940,21 para R$ 1.932,93, conforme os resultados do Caged. Aliás, o maior volume de contratações, de acordo com os técnicos, é justamente na faixa de um a dois salários mínimos.
Comércio e indústria
O estoque de empregos com carteira assinada somou 42.998.607 no mês de outubro, o maior patamar da história. O dado foi comemorado pelo ministro do Trabalho e Previdência, José Carlos Oliveira. "Mais uma vez o resultado foi positivo em todo país e a geração de emprego foi percebida em 26 unidades da Federação, com destaque para São Paulo que, junto com os demais estados da região Sudeste, foi responsável pela criação de mais de 80 mil postos de trabalho", afirmou.