Os preços dos alimentos in natura em Belo Horizonte subiram 7,42% em novembro, acumulando uma alta de 35% em relação a janeiro. É o maior aumento entre os itens da cesta básica, e contribuiu para uma inflação acumulada de 5,23% em 2022, superando o teto estabelecido pelo Banco Central, de 5%. Em novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na capital mineira ficou em 0,26%.
Uma família que em janeiro gastava R$ 100 na ida à feira, gasta em novembro R$ 134,65 para comprar a mesma quantidade de comida — ou mais, a depender do produto.
O conjunto da cesta básica ficou 2,64% mais caro no mês passado, chegando a R$ 710,55 – 58% do salário mínimo. O tomate foi o maior violão, com aumento de 32,13% só em um mês. A batata inglesa vem em seguida, com alta de 8,09%.
Comer fora de casa também ficou mais caro em novembro (0,69%), assim como os gastos em habitação (0,37%), vestuário (2,4%) e saúde (0,29%). Os gastos com saúde acumularam alta de 11,5% no ano, a maior depois da alimentação em casa (14,56%).
Registraram queda apenas os produtos alimentícios industrializados (-1,91%) e de elaboração primária (-1,64%), balanceando a taxa de inflação para a alimentação dentro de casa. Ainda assim, ambos estão 13,16% e 9,8% mais caros em relação a janeiro, respectivamente.
A cesta básica registrou aumento de 16,71% nos preços ao longo do ano. As maiores altas foram nos preços da batata inglesa (78,13%), leite (43,47%), banana caturra (37,82%), tomate (26,39%) e manteiga (25,36%).
Combustíveis e transporte
Os produtos administrados, que incluem combustíveis, conta de luz, telefonia, água e transporte, registraram alta de 0,40% em novembro.
O índice, considerado relativamente baixo, preocupa pela subida astronômica do preço da gasolina e diesel na metade do ano, que só foi freada pelo redução dos impostos (ICMS). A medida contribuiu para que o grupo acumulasse queda de 7,17% nos preços.
Individualmente, as passagens aéreas representaram a maior alta do grupo em novembro, com 11,44%, enquanto o preço da gasolina subiu 1,89% e o do gás de cozinha registrou queda de 2,06%.
Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), da Faculdade de Econômica da UFMG.