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Estado de Minas ECONOMIA

Dono do BTG tenta reduzir resistência do mercado a Haddad na Fazenda

André Esteves se encontrou com diversos banqueiros e casas de investimento para afirmar que não há razões para preocupações com Haddad no comando da Fazenda


07/12/2022 20:54 - atualizado 08/12/2022 00:35

Lula cogita colocar Fernando Haddad como ministro da Fazenda
Lula cogita colocar Fernando Haddad como ministro da Fazenda (foto: JOSEPH EID/AFP)

O banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, encontrou-se com diversos banqueiros e casas de investimento nas últimas semanas para tentar reduzir ao máximo a resistência do mercado financeiro a Fernando Haddad no comando da Fazenda.

Procurado, Esteves não quis comentar. Ele é um dos empresários mais próximos de Lula.

Assessores do presidente eleito afirmam que ele sinalizou precisar de uma espécie de "waiver" do mercado (licença, no jargão financeiro) para Haddad.


Quer anunciar o nome do petista na Fazenda sem que os indicadores da economia  - Bolsa e juros futuros - sofram queda acentuada.


Desde então, Esteves passou a se reunir, em privado, com executivos do setor. A coluna ouviu quatro deles, sob condição de anonimato.


Nas conversas, o que se comentou é que o presidente eleito aposta em uma forte retomada da economia em seu início de mandato e que Haddad poderá surfar nessa onda.

Esteves passou a mensagem, ainda segundo relatos, de que não há razões para preocupações.


Nos bastidores, no entanto, discordam. Acreditam que haverá muitos focos de tensão na equipe econômica, caso Haddad seja nomeado --o que ocorreria após a diplomação, marcada para a próxima segunda-feira (12).


O banqueiro também procurou seus principais clientes (grandes investidores) e parceiros —movimento que teve início há cerca de duas semanas, antes do almoço na sede da Febraban, a federação dos bancos, em São Paulo.

Honras de ministro


Haddad foi ao evento representando Lula, que não pôde comparecer e foi tratado com honras de ministro. Assessores de Lula afirmam que a interlocução de Esteves com o ex-prefeito de São Paulo tem sido direta.


O cenário apresentado aos banqueiros indica que está em curso um movimento de empoderamento do ex-prefeito de São Paulo.


Os motivos, na avaliação dos executivos, seriam mais políticos do que de governo.

Lula vive um dilema: não tem um político forte no PT (e bom de votos) para sucedê-lo.

Outro problema é que Guilherme Boulos (PSOL-SP) vem se destacando como expoente na esquerda e Lula quer tentar neutralizá-lo nas eleições de 2026.


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