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Estado de Minas REMUNERAÇÃO NA SAÚDE

Senado aprova PEC que define custeio do piso da enfermagem

Texto direciona recursos do superávit financeiro de fundos para bancar tabela de salários mínimos em instituições ligadas ao SUS e segue para promulgação


21/12/2022 04:00 - atualizado 21/12/2022 07:43

Profissionais de enfermagem em atuação: PEC não define compensações para folha de pagamentos em instituições de saúde privada e, por ora, piso está travado por liminar do STF
Profissionais de enfermagem em atuação: PEC não define compensações para folha de pagamentos em instituições de saúde privada e, por ora, piso está travado por liminar do STF (foto: Rovena Rosa/Agência Brasil )


Brasília – O plenário do Senado aprovou ontem, por unanimidade, a proposta de emenda à Constituição  (PEC) que viabiliza pagamento do piso da enfermagem (PEC 42/2022). Na semana passada, o texto foi aprovado em dois turnos na Câmara dos Deputados. Pela Lei 14.434, de 2022, os enfermeiros e enfermeiras têm direito a um piso de R$ 4.750. O valor é a referência para o cálculo dos vencimentos de técnicos (70%), auxiliares de enfermagem (50%) e das parteiras (50%).

A PEC direciona recursos do superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social para financiar o piso salarial nacional da enfermagem no setor público, nas entidades filantrópicas e de prestadores de serviços com um mínimo de atendimento de 60% de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Não garante, entretanto, compensações para o setor privado.

O texto relatado pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi aprovado por unanimidade, com 72 votos em primeiro turno e 71 no segundo, e determina que enfermeiros recebam no mínimo R$ 4.750 por mês, técnicos de enfermagem R$ 3.325, e auxiliares de enfermagem e parteiras devem receber pelo menos R$ 2.375 por mê

LIMINAR DO STF

Atualmente, o pagamento do piso está suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por decisão liminar do ministro Luís Roberto Barroso. Em 4 de setembro, o ministro determinou que a União, entes públicos e privados se manifestassem sobre o impacto financeiro da medida na qualidade dos serviços prestados na rede de saúde. À época, Barroso acatou o argumento das entidades privadas de que o Legislativo e o Executivo aprovaram e sancionaram o projeto sem tomar providências que viabilizariam a sua execução, como o aumento da tabela de reembolso do Sistema Único de Saúde (SUS) à rede conveniada.

Com a PEC aprovada no Senado, o presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), espera ter pacificado o impasse. Na avaliação de Pacheco, o impacto do piso nacional da enfermagem para a União é muito pequeno. O senador reconheceu, no entanto, que há um impacto severo para estados, municípios e hospitais filantrópicos, mas que a questão foi resolvida com uma série de iniciativas tomadas para compensar esses segmentos para atender à decisão do Supremo Tribunal Federal e viabilizar o piso.

“Nada impede que, ao promulgarmos essa emenda à Constituição, o Supremo Tribunal Federal levante essa decisão cautelar para o estabelecimento do piso nacional da enfermagem e que, no caso da iniciativa privada, possa este Congresso Nacional examinar já com o novo governo”, ressaltou Pacheco. Para ele, a decisão do Supremo não precisa estar atrelada à suspensão do piso nacional para todos no Brasil, inclusive para entes públicos, em função do impacto para a iniciativa privada, que, segundo ele, pode ter uma solução construída em 60, 90 dias.

NEGOCIAÇÕES

Segundo Pacheco, a viabilização do piso para profissionais da iniciativa privada foi pauta de uma conversa recente entre ele e o futuro ministro da Economia, Fernando Haddad. “Ele se comprometeu, já em janeiro, a deliberar a respeito do espaço fiscal e dos recursos necessários para as medidas compensatórias para a iniciativa privada, que viriam, a princípio, por uma desoneração da folha de pagamentos. Assim como existem para 17 setores da economia nacional.”, disse Pacheco.


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