Anunciado para a presidência da Petrobras nesta sexta-feira (30/12) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Jean Paul Prates (PT-RN) confirmou que pretende rever os mecanismos de definição de preços da empresa nacional, terceira maior do mundo em petróleo e gás. A indicação ainda deverá ser oficializada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), via ofício, ao conselho de administração da companhia.
Prates terá de cumprir as regras do próprio estatuto da Petrobras, mas teve a sua indicação costurada no contexto das mudanças recentes na Lei das Estatais, que permitiu a entrada de políticas em cargos de gestão estratégica das empresas nacionais.
"Nós ainda temos um processo de tramitação própria. A indicação da Petrobras tem uma aprovação de conselho, tem a análise de elegibilidade, tudo isso. Então isso leva aí mais uns 15 dias, pelo menos, são oito dias no mínimo, né? Depois, temos que organizar e saber como a companhia está", explicou o senador em sua primeira declaração, após a confirmação do seu nome para o cargo.
Apoio dos petroleiros
Visto como nome certo para ser indicado ao cargo devido à oposição ao governo no Senado, a indicação de Prates foi bem recebida pelo mercado de combustíveis, uma vez que possui formação técnica. Ele contribuiu para que o governo pudesse criar mecanismos de controle de preços e mitigar o impacto da política de paridade de preços (PPI), que pressionou o valor do litro de combustíveis comercializados pela Petrobras na maior parte do governo Bolsonaro.
Prates disse que a questão dos preços ainda deverá ser estudada pelo novo governo. "Eu sempre disse que o PPI (...) não é um marco, um índice fechado, como é a inflação. Que que é o PPI? O PPI é paridade de importação, não é paridade internacional. Quando a gente fala em extinguir o PPI ou parar de usar o PPI como referência, não é que a gente vá desgarrar o preço completamente do mercado internacional, não, que o país não é novo. A gente não vai criar uma economia paralela no Brasil", assegurou.