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Estado de Minas ECONOMIA

Bolsa de Valores: as ações que mais subiram e as maiores quedas em 2022

Empresas do ramo de produção, exploração e distribuição de petróleo e gás foram amplamente favorecidas e aparecem entre as que tiveram melhor desempenho


31/12/2022 15:39 - atualizado 31/12/2022 15:39

Bolsa de Valores
No topo na lista está a Dommo Energia, a antiga OGX de Eike Batista (foto: Pixabay/Reprodução)
A alta de 4,69% Ibovespa em 2022 esconde resultados extremos registrados por ações listadas na Bolsa de Valores brasileira, inclusive aquelas que não fazem parte do seu índice de referência, segundo levantamento da plataforma TradeMap com os papéis que neste ano tiveram movimentação diária superior a R$ 5 milhões.

 

Favorecidas pela expectativa de alta nos preços do petróleo e da energia em geral com a Guerra da Ucrânia, empresas do ramo de produção, exploração e distribuição de petróleo e gás foram amplamente favorecidas e aparecem entre as que tiveram melhor desempenho.

 

No topo na lista está a Dommo Energia, a antiga OGX de Eike Batista, empresa que passou por recuperação judicial e hoje é controlada pela Prio, antes chamada PetroRio. Mudanças recentes na gestão da companhia e o próprio negócio com a Prio, neste ano, contribuíram para que a companhia empolgasse investidores e registrasse em 2022 uma alta perto de 270%.

 

A segunda posição da lista está com a Cielo, que entre as ações que fazem parte do Ibovespa obteve o melhor resultado. A valorização de 140% dos papéis, porém, se deve menos a uma conjuntura favorável e mais aos resultados da companhia, que conseguiu maior penetração no mercado e controlou custos.

 

Fernando Ferreira, estrategista chefe da XP Investimentos, destacou em seu balanço de 2022, que além do setor de petróleo e gás, também mostraram força os setores financeiro e de utilidades públicas.

 

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É o setor de mercadorias básicas e matérias-primas um dos grandes responsáveis, segundo analistas, para que o país tenha obtido resultados na Bolsa muito superiores aos principais mercados de ações, como o americano, que fechou 2022 com o pior resultado desde a crise de 2008.

 

"Na outra ponta, os setores de educação, saúde e varejo entregaram os piores retornos. Nomes como [as varejistas] Magazine Luiza, Americanas e [a empresa de viagens] CVC continuaram a sofrer com alta de juros e deterioração macroeconômica, repetindo o movimento desde 2021", relatou Ferreira.

 

Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, a maior queda é a da IRB Brasil, com declínio de quase 80%, diante da desconfiança sobre a capacidade da resseguradora de se sustentar diante de prejuízos seguidos.

 

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No ranking do TradeMap, a IRB ficou atrás apenas das quedas de Espaçolaser (serviços estéticos) e da Aeris, que fabrica equipamentos para geração de energia eólica. Nos casos dessas duas empresas, o mercado corrige preços considerados superestimados nas ainda recentes entradas dessas empresas na Bolsa.

 

A manutenção da taxa de juros em patamar elevado pelo Banco Central para controle da inflação -a Selic fechou 2022 em 13,75%, para um IPCA anual estimado em 5,6%- é apontada por analistas como a grande responsável por ter empurrado para o fundo boa parte das empresas com os piores resultados.

 

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, considera que essa também será uma tendência para 2022 e inclui no lado negativo das estimativas as empresas administradas pelo governo.

 

"Companhias que dependem de crédito, como tecnologia e varejo, e estatais devem seguir na berlinda. Mais do que isso, a volatilidade do mercado deve seguir alta, o que exigirá uma maior flexibilidade na alocação dos investidores", disse Borsoi.

 

O cenário intimidador foi responsável pela total ausência de novas ofertas públicas iniciais na Bolsa, depois de quase 50 IPOs anotados em 2021 que movimentaram cerca de R$ 65 bilhões.

 

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"O ano de 2022 foi um ano desafiador para a Bolsa de Valores no Brasil e para o mundo, e promete fortes emoções para 2023", comentou Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil.

 

Para o próximo ano, segundo Alves, o mercado está dividido. Por um lado, tem a "esperança de luz no fim do túnel", o que significa basicamente uma desaceleração dos preços ao consumidor no mundo e, consequentemente, redução das taxas de crédito, mas por outro, teme uma "recessão vindo de encontro sobre a economia, dada a inflação e a alta de juros que devem ser mantidas nos próximos meses", disse.

 

 


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