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De acordo com a XP Investimentos, só será possível fazer uma estimativa mais exata do valor depois da divulgação de novos balanços financeiros por parte da Americanas

Mikhail Nilov/Pexels


Depois de admitir uma inconsistência contábil de R$ 20 bilhões em seus resultados, a Americanas deve precisar de até R$ 21 bilhões em capital para atender seus credores, segundo cálculos feitos pela XP Investimentos.
 
Os analistas do banco levaram em conta diferentes cenários de endividamento e margem operacional da varejista, ou margem Ebitda, e chegaram a uma necessidade de captar, por meio de oferta de ações, valores entre R$ 12 bilhões e R$ 21 bilhões.
 
 
Além de projetar quanto a Americanas precisará de dinheiro para tentar se recuperar, a XP traça um cenário sobre um eventual processo de recuperação judicial da companhia - embora a empresa tenha afirmado que seu pedido de tutela de urgência, concedido na última sexta-feira, não implique um pedido de recuperação. Mas a hipótese não está descartada.

Os analistas lembram que uma recuperação judicial tem prazo médio de três anos, mas muitas vezes esse tempo é maior, como no caso da Oi, com seis anos, e da construtora Viver, que levou cinco anos.
 
A ação da Americanas teria que sair do Ibovespa, já que a metodologia adotada pela B3 não permite que empresas em recuperação judicial façam parte do índice. As ações continuariam a ser negociadas, mas deixariam de fazer parte do índice de referência do mercado de ações brasileiro.

CAMINHOS

A XP também lista alguns caminhos que a empresa pode adotar para retomar sua saúde financeira. Os analistas citam venda de ativos, renegociação de dívidas, as conversões dos valores devidos em ações da Americanas e o aumento de capital. Mas a XP não descarta o encerramento das atividades da Americanas.
 
A equipe de análise espera que as ações continuem enfrentando volatilidade nos próximos dias. Na última sexta-feira, antes do pedido de proteção à Justiça se tornar público, a ação da Americanas subiu 15,77%, depois de cair quase 80% na quinta, um dia depois de a empresa admitir os problemas em seus balanços da ordem de R$ 20 bilhões.