Com a proximidade do início do ano letivo, pais e mães correm às papelarias para comprar a lista de material escolar e se deparam com preços até 63,37% mais altos este ano, em relação ao ano passado, de acordo com pesquisa do site Mercado Mineiro.
O levantamento feito com 80 produtos em 11 papelarias da capital mineira, demonstra que, este ano, o preço de produtos básicos - desconsiderando livros didáticos - aumentaram 30% em média. Alguns itens como papel estêncil, que tinha um valor médio em 2022 de R$ 2,53, chega a R$ 4,13 em 2023, um aumento de 63,37%.
O fundador e gestor do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, explica que esse aumento é bem superior ao que se esperava e pode assustar os pais. “Isso é muito prejudicial, porque imagina quem tem dois ou três filhos no colégio, muitos desses itens têm que ser comprados, como cadernos, lápis novos. É uma parte que pesa mesmo no orçamento doméstico”, diz.
Favorito da criançada nos primeiros anos do colégio, a caixa de lápis de cor com 12 unidades da Faber Castell, que custava em média R$ 14,02, passou a custar R$ 22,59, representando um aumento de 61%.
Por outro lado, a pesquisa também observa produtos genéricos que podem ser uma opção de economia sem perder a qualidade no material, porém, nem eles fogem dos preços salgados. O caderno universitário capa dura, com 200 folhas, por exemplo, subiu de R$ 16,30 para R$ 23,07, um aumento de 41,5%.
“Chegando a segunda quinzena de janeiro é o momento em que o 'bicho pega', tem que comprar e não tem para onde correr. Até supermercado vende material escolar nessa época. Procurar promoções e ofertas é uma boa estratégia, mas os pais precisam redobrar a atenção”, ressalta Feliciano.
Planejamento
Fazer uma pesquisa é o ideal para uma boa economia, já que os preços podem variar em até 307% entre uma papelaria e outra, aponta o levantamento. Produtos que não podem faltar, como canetas, são encontrados no menor valor por R$ 1,30, sendo o maior preço R$ 2 - uma variação de 54%.
Karina Alves Bastos, mãe do Theo, de 6 anos, explica que um planejamento prévio é a melhor solução. Com o filho indo para o segundo ano do ensino fundamental, a gestora financeira contou que comprou alguns itens no final de 2022 e conseguiu pegar uma promoção que gerou uma economia de quase 30%, resultando em uma lista que custou em torno de R$ 350. Já os livros didáticos, ela preferiu comprar pela internet, por achar preços mais em conta.
“Como tem material que não muda, a gente consegue fazer uma antecipação, porque sabemos a quantidade de cadernos e materiais do dia a dia. É muito válido essas ações, é uma oportunidade”, ressaltou Karina.
Já para Silvia Rodrigues, que optou por fazer a compra dos livros junto de todos os outros materiais, nem fazer um orçamento prévio ajudou a aliviar a situação. “Este ano está bem caro, achei os preços bem salgados em relação a outros anos”, comentou.
Com o filho Arthur, de 11 anos, indo para a segunda etapa do ensino fundamental (6º ano), Silvia conta que o valor da sua lista saltou de R$ 1.300 para R$ 2.000, um aumento de quase 54%. “Os livros dessa nova etapa também são mais caros e não tem jeito, é comprar ou comprar”, destaca Silvia.
Custo de vida
Um levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Fundação Ipead), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), revelou que em dezembro o custo de vida em Belo Horizonte aumentou 1,05%. Feliciano Abreu, explica que é preciso levar em consideração o impacto dos aumentos na vida das pessoas.
“Se você tem dois filhos em idade escolar, vai acabar vendo o peso que é esse aumento médio de 30% no material escolar, são muitas variáveis. Inclusive, os pais já estão pagando aumento de mensalidade escolar, em transporte, uniforme. São situações que pesam bastante e complicam a situação financeira”, Completou Feliciano.
*Estagiário sob supervisão
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