De acordo com Lula, o acordo quase foi fechado em seus mandatos passados. “Quando eu era presidente em 2007, 2008, 2009 e 2010, quase chegamos neste acordo. A divergência era que Brasil e Argentina queriam um acordo que não limitasse nosso direito de poder nos reindustrializar. A segunda coisa que queríamos era que os franceses fossem mais flexíveis na questão agrícola”, apontou.
O petista ressaltou que quer se mostrar aberto ao "meio-termo", assim como espera dos europeus. “Agora voltei à presidência e estive com o presidente da Argentina, conversamos sobre o acordo e vamos trabalhar de forma dura para concretizar este acordo. Alguma coisa precisa ser mudada, não pode ser feito tal como está lá. Vamos tentar mostrar aos europeus o quanto somos flexíveis e queremos que os europeus mostrem o quanto são flexíveis”, disse.
“Uma coisa muito cara para nós são as compras governamentais, uma das formas de fazer pequenas e médias indústrias brasileiras. Se a gente abre mão disso, jogamos fora a oportunidade das nossas indústrias crescerem. Vamos sentar na mesa da forma mais aberta possível. Sempre admiti que na hora da negociação tem que decidir se senta na mesa para dizer sim ou não. O meio termo é negociar algo que melhore para aqueles que se sintam prejudicados”, acrescentou.
O presidente brasileiro reforçou que quer concluir o acordo até o fim do primeiro semestre deste ano. “Mas quero dizer ao chanceler que vamos fechar este acordo até o fim deste semestre. Nossa ideia é tentar encaminhar para que a gente tenha um acordo e comece a discutir outros assuntos porque temos muitas coisas pela frente e não apenas esse acordo da União Europeia”, declarou.
Já o chanceler alemão respondeu que a “energia” do presidente “é impressionante”. “Nota-se realmente a energia do presidente. É impressionante este anúncio de se chegar à conclusão de um acordo tão ambicioso em tão pouco tempo”, disse.
Vale ressaltar que este acordo entre Mercosul e União Europeia já é discutido há mais de 20 anos. O Ministério da Economia avaliou, em 2019, que esta proposta de livre comércio entre os países representaria um aumento de US$ 87,5 bilhões no PIB brasileiro dentro de 15 anos.
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