Entrada de uma loja Americanas

De acordo com o executivo, o caso da Americanas não interfere no processo de risco de outras empresas que também enfrentam dificuldades financeiras

MAURO PIMENTEL / AFP

São Paulo - O caso da Americanas e isolado e não há risco de contágio para outras redes varejistas. A avaliação foi feita nesta quarta-feira (8 de fevereiro) pelo CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho. O banco é uma das instituições impactadas pelo rombo na Americanas.

"Na nossa visão é um caso isolado, que não tem efeito de contágio. É um caso isolado de fraude" disse Milton Filho. De acordo com ele, o evento não mudou a estratégia do banco em relação à concessão de crédito para o  varejo. "Os bancos têm feramentas e análises que são feitas e vão redorçar esse processo", ressaltou.

O Itaú Unibanco provisionou R$ 719 milhões em créditos com a Americanas e teve um elevação de R$ 1,3 bilhão no último trimestre de 2022.

De acordo com o executivo, que está há dois anos à frente do banco, o caso da Americanas não interfere no processo de risco de outras empresas que também enfrentam dificuldades financeiras. "A fraude não acontece de forma generalizada e o risco sacado é um produto que existe há muitos anos", disse Milton Filho referindo-se à linha de crédito para o varejo na qual ocorreu a fraude da Americanas.

"É uma empresa com ações no mercado, com grupo de controle relevante e auditada" disse o CEO Itaú Unibanco ao avaliar que não há como prever situações como essa.  "Nas empresas grandes, nós fazemos avaliações e antecipamos medidas e não chega a haver atraso (inadimplência)", acrescentou. Ainda de acordo com ele, a estratégia do banco é antecipar "provisões de perda esperada", por isso o índice de inadimplência das grandes empresas não é alto.

Para Milton Filho, hoje as empresas estão com um nível de endividamento inferior ao que havia em 2015 e 2016, quando a queda do PIB afetou a qualidade do crédito. "Hoje o maior desafio é a taxa de juros num patamar que pressiiona a estrutura financeira das empresas", disse Milton Filho. De acordo com ele, assim como a inadimplência das pessoas físicas, os problemas com as empresas tendem a se estabilizar neste ano.

*O colunista viajou a convite do banco