O percentual de janeiro também ficou bem acima da inflação oficial do país em janeiro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 0,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a Unimontes, o grupo alimentação, que tem o maior peso na composição do orçamento doméstico em Montes Claros, apresentou um aumento de 1,54% em janeiro, contribuindo com 0,54% para o resultado final do índice. Em nível nacional, aponta o IBGE, o maior impacto no mês veio do grupo alimentação e bebidas (0,59%), que contribuiu com 0,13 pontos percentuais do índice.
A coordenadora do IPC da Unimontes, a professora de economia Vânia Silva Vilas Boas Vieira Lopes ressalta que as adversidades do clima – seca no Sul do país e grande quantidade de chuvas no Norte de Minas, contribuíram para a alta dos alimentos na cidade-polo do Norte do estado em janeiro.
“No mês, os hortifrutigranjeiros tiveram aumentos expressivos, principalmente, em decorrência das condições climáticas. Tivemos aumento de preço de produtos oriundos do Sul do país e da região Centro-Oeste, por causa da seca nessas regiões, que impacta o custo de itens como frutas e grãos. Por outro lado, os hortifrutigranjeiros no Norte de Minas tiveram aumento de preços em função das chuvas na região durante janeiro e provocaram a redução de oferta dos produtos”, explica a economista.
Segundo o levantamento do Departamento de Economia da Unimontes, os produtos hortifrugranjeiros que tiveram maiores altas de preços em Montes Claros no primeiro mês de 2023 foram chuchu (46,07%), melancia (39,13%), cenoura (34,07%), vagem (30,13%), pepino (26,56%) e abacaxi (23,23%).
No mês passado, o arroz subiu 5,7% enquanto o aumento de preço do feijão na cidade foi de 4,37%). O preço da carne também subiu (1,61%),.
Custo da cesta básica menor do que em BH
Segundo a pesquisa do IPC/Unimontes, em janeiro, a cesta básica do trabalhador em Montes Claros custou R$ 528,44 e comprometeu 40,59% do valor atual do salário mínimo (R$ 1.302), apresentando uma variação de 1,36% em relação ao custo em dezembro de 2022 (R$ 521,34).
Após a aquisição da cesta básica, durante o mês de janeiro, restaram ao trabalhador da cidade R$ 773,56 para as demais despesas, como moradia, saúde e higiene, serviços pessoais, lazer, vestuário e transporte.
Com relação às horas trabalhadas no mês, foi necessário ao assalariado trabalhar 111 horas e cinco minutos para adquitir os alimentos básicos á sua subsistência.
Em Belo Horizonte, o preço da cesta básica subiu 1,37% no mês, alcançando R$ 707,93. O estudo é do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sociais e Econômicos (Diesse), que também registrou aumento em outras 10 capitais do pais, em especial no Nordeste.
Ainda na capital mineira, uma família gasta, em média, 58,78% do salário mínimo com a compra da cesta básica - são cerca de 119 horas e 37 minutos do seu tempo de trabalho ao longo do mês.
A professora Vânia Vilas Boas salienta que o valor da cesta básica em Montes Claros medido pelo IPC/Unimontes ficou abaixo do que o custo da cesta de alimentos levantado pelo Dieese porque são aplicados métodos diferentes nas duas pesquisas, em relação às quantidades de alimentos consumidos pelas famílias.
Ela salienta que o Dieese faz a pesquisa de preços considerando o consumo médio de seis quilos de carne por uma família por mês enquanto o levantamento do Departamento de Economia da Unimotnes leva em conta o consumo médio de 4,5 quilos de carne por família mensalmente.
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