A indústria de alimentos e bebidas de Minas Gerais fechou o ano passado com faturamento de R$ 130,1 bilhões, com crescimento de mais de 10% em relação ao ano anterior e com 208 mil postos de trabalho em 6,2 mil empresas no estado, um avanço de 3.3% no número de trabalhadores, segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia).
A indústria de alimentos do estado é a terceira maior do país em valor de produção, atrás apenas das do Paraná (2º) e São Paulo (1º). A produção teve alta de 1,4% em Minas no ano passado, abaixo do índice nacional.
Em 2022, as fábricas mineiras representaram 12% das vendas em todo o país, que pela primeira vez ultrapassaram a marca de R$ 1 trilhão (R$ 1,075%). No país, as vendas aumentaram 16,6% no ano passado, enquanto a produção física teve incremento de 2,5%.
A indústria de alimentos do estado é a terceira maior do país em valor de produção, atrás apenas das do Paraná (2º) e São Paulo (1º). A produção teve alta de 1,4% em Minas no ano passado, abaixo do índice nacional.
Em 2022, as fábricas mineiras representaram 12% das vendas em todo o país, que pela primeira vez ultrapassaram a marca de R$ 1 trilhão (R$ 1,075%). No país, as vendas aumentaram 16,6% no ano passado, enquanto a produção física teve incremento de 2,5%.
O faturamento do setor foi impulsionado pela volta à normalidade após a pandemia de COVID-19 e pelos aumentos de preços de alimentos e bebidas, que no ano passado subiram 11,6%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “A indústria tem uma conexão muito forte com a alimentação fora do lar e quando ela cresce com a vida voltando ao normal, a indústria cresce puxada pelo food-service”, explica o presidente-executivo da Abia, João Dornellas. Descontada a inflação, as fábricas tiveram receita real 3,7% superior à de 2021.
Segundo o executivo, apesar do reajuste dos preços, eles não foram suficientes para cobrir os custos do setor, que tiveram aumento médio de 15%, pressionados pelas commodities agrícolas, principalmente café e leite, com alta de 24% em 2022, trigo 20% e óleo de palma, que subiu 13%. Embalagens (30%), gás natural (30%), diesel 25% e energia elétrica industrial (7,5%) também pesaram no custo da indústria.. “O alimento está caro no Brasil, mas está caro no mundo todo”, ressalta João Dornellas ao lembrar que o aumento das commodities e dos combustíveis se deve à desorganização das cadeias globais de suprimento com a COVID-19 e à guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Do lado da oferta, o conflito entre Rússia e Ucrânia, a partir de fevereiro, acentuou a ruptura nas cadeias globais de suprimentos iniciada com a pandemia, o que elevou a pressão sobre disponibilidade e preços de matérias-primas agrícolas e energéticas, com impactos diretos sobre os custos de produção e alimentos no Brasil e no mundo”, reforça o presidente-executivo da Abia. Dornellas explica que os custos do setor continuam pressionados com aumento das chapas de aço e das resinas plásticas para embalagens, cujos preços subiram após o fim da política de COVID zero da China. A volta das atividades no país asiático, elevou a demanda e os preços das matérias-primas.
A expectativa é de que também em 2023 esses aumentos de custos sejam repassado para os preços dos produtos. A projeção da Abia é de aumento entre 10% e 12% no faturamento do setor de food-service, que impacta as vendas da indústria de alimentos, cuja expectativa é um avanço real (descontada a inflação) de 1,5% a 2%, com desaceleração em relação a 2022. A expectativa é de que os empregos nas fábricas avance entre 0,5% e 1%, com a recuperação dos salários dos trabalhadores. O setor analisa que o PIB brasileiro crescerá entre 0,8% e 1% este ano.
Investimentos
Segundo a Abia, o faturamento das fábricas foi impulsionado também pelos investimentos, principalmente os destinados a pesquisa e desenvolvimento e a compra de máquinas e equipamentos para expansão da produção, que somaram R$ 14,9 bilhões, enquanto os destinados a fusões e aquisições foram de R$ 8,7 bilhões, totalizando R$ 23,63 bilhões no ano passado.
“Em anos recentes Minas tem recebido fortes investimentos de indústrias de alimentos já instaladas e também de novos estabelecimentos, principalmente no sul do estado. A proximidade com São Paulo e Rio de Janeiro é outro fator que contribui, uma vez que, juntos, os três constituem o maior mercado consumidor de alimentos do país”, revela João Dornellas ao explicar o desempenho do setor no estado. O estado se destaca na produção de leite e derivados, principalmente queijos, e de café, sendo o maior produtor nacional. Além do café com leite, a indústria mineira é forte na produção de proteínas animais, pães, bolos, biscoitos, massas alimentícias, sucos, doces e processamento do tomate.
Exportações
Com 64,8 milhões de toneladas vendidas para 190 país, o Brasil permanece no posto de segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo, com destaque para proteínas animais, açúcares, farelos, óleos e gorduras. As vendas externas do setor somaram US$ 59 bilhões no ano passado, com crescimento de 30,6% em relação a 2021 Com importações de US$ 7,2 bilhões, a indústria brasileira de alimentos fechou 2022 com saldo positivo de US$ 51,8 bilhões na sua balança comercial. “Ao longo de 2022, o crescimento da economia mundial, apear da desaceleração no ritmo em relação a 2021, continuou estimulando o consumo de alimentos, fator que, combinado com a taxa de câmbio favorável, contribuiu para a expansão das exportações brasileiras de alimentos industrializados”, explicou João Dornellas. O mercado externo representou 28% do faturamento das fábricas do setor, que comercializaram 72% das vendas no mercado interno.
Sign in with Google
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Estado de Minas.
Leia 0 comentários
*Para comentar, faça seu login ou assine