O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB) e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, vão se encontrar nesta quinta-feira (16/02). Os três
participam do primeiro encontro do Conselho Monetário Nacional (CNM) em 2023, à sombra da polêmica entre o poder Executivo e o Banco Central sobre a taxa de juros da Selic.
A pauta da reunião ainda é desconhecida. De acordo com o ministro Haddad, a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc) define a lista de assuntos. A Comoc se reúne um dia antes do encontro do CNM, segundo a CNN Brasil.
Apesar das polêmicas na área econômica por causa da taxa de juros e da autonomia do BC, Haddad tenta uma postura conciliadora com Campos Neto. O presidente do banco fez acenos ao governo durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. "Vou fazer de tudo para aproximar o Banco Central do governo", disse ele, mas “sempre com uma atitude independente”.
Campos Neto, assim como Haddad, diz que está disponível para estreitar as pontes com o Ministério da Fazenda. Ainda durante a entrevista, o presidente do BC afirmou concordar com o pedido de Fernando Haddad para harmonizar as políticas monetária e fiscal.
"Em termos de harmonização, concordo 100% com o ministro Haddad, mesmo porque, se de um lado você está estimulando e de outro está esfriando, você tem um processo que gera alguma ineficiência", disse Campos Neto.
Em resposta, Haddad comentou as falas de Roberto Campos Neto e sinalizou que a conciliação com o BC pode diminuir a taxa de juros da Selic, que está 13,75% ao ano, mantida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião, em 1 de fevereiro de 2023.
“Nós obtivemos o reconhecimento na entrevista do presidente do BC de que as medidas que estão sendo tomadas estão na direção correta. Isso é muito importante para nós, obter esse reconhecimento. Como os resultados virão, eu posso afirmar que virão, eu tenho certeza que isso vai ajudar a autoridade monetária a concluir que nós estamos talvez com uma taxa de juro nesse momento, que compromete os objetivos do país. Então vamos alinhar as expectativas para trazer isso para um patamar adequado, para não comprometer o crescimento da economia e a geração de emprego”, afirmou Haddad.
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