Amigos levam bebidas para blocos de carnaval

Amigos compraram bebidas no supermercado e levaram em um cooler para a folia

Maicon Costa/EM/D.A Press
Quem foi a algum bloco de carnaval em Belo Horizonte nos últimos dois dias possivelmente se deparou com pessoas carregando suas bebidas em coolers para não comprar de ambulantes credenciados pela Prefeitura de BH (PBH).
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A decisão, segundo estes foliões, é para fugir dos "preços salgados" cobrados pelos vendedores. Algumas pessoas relataram ter encontrado cervejas sendo comercializadas por valores que variavam de R$ 9 a R$ 15.


Felipe afirmou que entende que "pode até aumentar um pouco", mas pediu moderação na diferença. "Se o latão é R$ 3,50, R$ 4, que eles vendam a R$ 6, R$7. Que eles ganhem 50%, mas não 200%".

O publicitário Juliano Rabelo, de 35 anos, também se queixou dos valores praticados e afirmou que está preferindo levar sua própria bebida. "Para evitar gastar muito dinheiro na rua, os altos preços, a gente procura comprar no supermercado e trazer pra folia. O preço é bem salgado mesmo."
 

"Passamos no supermercado para pagar mais barato, com o ambulante está meio caro. Economicamente vale mais a pena trazer de casa mesmo", comentou o estudante Pedro Assis.

Os ambulantes argumentam que, apesar de alguns cobrarem valores altos, o preço é baseado nos gastos totais com a empreeitada, não apenas com o custo de um item, mas também tem o gelo, caixa de isopor, transporte e outros.

Ambulante Elton Dias Barbosa na Praça da Assembleia

Ambulante Elton Dias Barbosa argumenta que as pessoas não levam em consideração o esforço físico. Ele diz ter andado cinco quilómetros empurrando uma caixa de isopor cheia de bebidas e gelo

Maicon Costa/EM/D.A Press
O ambulante Elton Dias Barbosa, de 26 anos, relatou que muita gente reclama dos preços, mas que os foliões não consideram o esforço físico.

"Eu vim 5 km com ele, empurrando. Sem beber água, sem nada", afirmou Elton.

Uma ambulante que preferiu não se identificar apontou que "tudo impacta na valorização. Tem o lanche que a gente tem que comprar, o deslocamento, ficar andando atrás dos bloquinhos".
 
 
Márcia dos Santos, ambulante que está vendendo xeque-mate a R$ 15,00 e cervejas variando entre R$ 12,00 e R$ 10,00, disse que não sabe o quanto fatura até o final do carnaval. “A gente ganha, mas precisa gastar de novo para repor o estoque. Tentamos faturar pelo menos 100% do valor que é vendido no mercado por conta da época mesmo. É muita demanda”, explicou.