Pessoa com top amarelo segura lata de Xeque Mate.

Dos cerca de 300 mil litros vendidos, a estimativa é que 70% tenham sido apenas para o carnaval que mais cresce no Brasil, o de Belo Horizonte

Xeque Mate/Divulgação
Mate, rum, guaraná e limão. Essa receita simples, com ingredientes latino-americanos por excelência, foi criada em 2015, se consagrou no paladar dos belo-horizontinos e alcançou o auge nos últimos dias. O Xeque Mate foi uma das bebidas mais procurada no carnaval de BH, e chegou a esgotar em pleno domingo de folia.

Xeque Mate Bebidas, grupo por trás do sucesso de vendas, ainda está contando as notas para saber o tamanho desse sucesso. Ao Estado de Minas, o sócio (e inventor da bebida) Gabriel Rochael estimou 300 mil litros vendidos entre a noite de sexta-feira (17/2) e o meio-dia da quarta-feira de cinzas (22/2) - o maior desempenho da marca desde sua criação.

“Podia ter sido o dobro”, confessou Gabriel. A demanda, segundo o inventor da bebida, foi muito maior do que eles foram capazes de suprir, e a decisão no calor do momento foi pela prudência. “Nosso foco foi produzir para atender com excelência. Somos uma empresa menor e decidimos dar um passo modesto, mas seguro”, contou o sócio.
 

Latão vinha do Sul

A expectativa antes do carnaval era uma demanda de 400 mil litros, ao passo que a capacidade instalada na fábrica é de 350 mil litros por mês. Os 100 funcionários, divididos entre a fábrica, três bares, setor de vendas e todo o resto, não podiam dar conta dos pedidos.

O principal passo foi procurar uma parceria para envasar a bebida em outra fábrica, além da situada no Bairro Serrano, na capital mineira. Em cima da hora, a melhor opção encontrada foi no Rio Grande do Sul - a mais de 24 horas de distância, de caminhão, de Belo Horizonte.

A bebida era levada para o estado gaúcho, embalada lá e trazida de volta. “Isso envolvia um custo maior de transporte, mas pela eficiência da fábrica, parceria construída, e disponibilidade de uma fábrica na véspera do carnaval, acho que atendeu bem”, avaliou Gabriel.

Apesar da eficiência, a situação das estradas - com as fortes chuvas naS regiões Sudeste e Sul - fez com que a entrega atrasasse. Quem estava nas ruas, como Gabriel, notou o efeito do atraso sobre os preços.

“Foi aí que chegaram as latas maiores [de 473 ml]. Tinham acabado os estoques. Eu vi o pessoal vendendo a latinha [350 ml] por mais de R$ 20. Eu tava no bloco "Filhos de Tcha Tcha" e presenciei o momento em que chegou o latão. Três ambulantes começaram a gritar, e todo mundo comemorou, foi uma festa. Para nós, foi muito gratificante ver isso”, contou.
 

Favorita de BH 

A favorita de Belo Horizonte também fez sucesso em outras capitais, como São Paulo e Florianópolis. Mas o peso da cidade mineira é indiscutível. Dos cerca de 300 mil litros vendidos, Gabriel estima que 70% tenham sido apenas para o carnaval que mais cresce no Brasil - por volta dos 210 mil litros.

O carnaval, por isso, marca um ponto de inflexão na trajetória da marca. “É a primeira vez na nossa história que a gente pôde mostrar quem é Xeque Mate e nossa competência. Mostramos um desempenho nacional muito forte. O carnaval de Belo Horizonte está se tornando referência nacional, e a gente vem participando dessa história, lado a lado”, disse o sócio da Xeque Mate Bebidas.
 

"Nem 1% do que queremos fazer" 

O próximo carnaval já está na mira do grupo. O sócio contou que estão se reestruturando com parceiros de fora, e preferem não divulgar detalhes da expansão - como aquela prevista para aumentar a capacidade instalada na fábrica de Belo Horizonte. Ele contou apenas que o planejamento que existia foi ultrapassado pela realidade, e tiveram que redesenhar a estratégia para algo mais robusto.

Gabriel Rochael e Alex Freire, também sócio, estão otimistas. “Não fizemos nem 1% do que queremos fazer”, confidenciou Rochael. A marca quer se manter com as próprias pernas, independente das ofertas generosas de gigantes do mercado de refrescos. “O Xeque Mate foi criado de forma muito natural, ao lado do fortalecimento da arte e da cultura em Belo Horizonte. Essa história precisava de uma bebida gostosa. Foi daqui que viemos.”