O setor supermercadista em Minas Gerais fechou 2022 com um crescimento expressivo, revela o balanço da Associação Mineira de Supermercados (Amis), divulgado nesta quinta-feira (9/3). Em 2021 o acumulado do ano se manteve próximo da média histórica de 3,1%, porém no ano passado o crescimento foi o dobro chegando a 7,93%, com um faturamento real de R$ 68,41 bilhões.
Os supermercados ainda mantiveram um ritmo de expansão esperado com a inauguração de 89 unidades em todo o estado, gerando 9.060 novos empregos. Para o Presidente Executivo da Amis, Antônio Claret Nametala, o desempenho foi bem acima da expectativa conservadora que o setor mantém em suas projeções.
“Hoje temos (o setor) custos muito elevados, não só de produtos, mas operação e serviços. Então mantemos um cuidado muito grande nas projeções para que o empresário tenha um cuidado em relação a isso”, explica Claret,
O executivo também destaca o crescimento como reflexo da geração de empregos e na recuperação econômica de Minas Gerais. “Quando temos um crescimento em emprego e renda, o consumidor geralmente procura primeiro fazer suas compras para casa e depois suas outras formas de consumo”, afirmou.
O faturamento real do setor representa R$ 5 bilhões a mais do que em relação ao ano anterior. Ao todo, os supermercados mineiros têm contribuído com 367.774 empregos totais no estado, mesmo com as dificuldades e cautelas dos supermercadistas.
Recuo da pandemia contribuiu para o crescimento
Com o avanço da vacinação contra COVID-19, em 2022, as restrições do comércio geral foram caindo e o crescimento avançando. Fator sentido pelos supermercados que em Belo Horizonte, por exemplo, tiveram momentos que precisaram fechar as portas aos domingos, dia de muita movimentação nas lojas.
“Não tivemos restrições de funcionamento durante o ano, enquanto em 2021 tivemos muita dificuldade. Um exemplo claro é a região sul do estado, que em 2021 teve o pior desempenho por causa das restrições, já em 2022 seu crescimento foi muito expressivo”, comenta Claret.
Investimento revestido em novas lojas
Em 2022 o investimento do setor supermercadista foi de R$ 1.314 bilhões, gerando ao todo 89 novas unidades. A região central de minas recebeu o maior número, com 28 lojas, seguida pelo Triângulo Mineiro (21), Sul e Zona da Mata (11 cada). O número, no entanto, é menor do que em 2021, apesar do investimento maior.
Claret explica que 2021 foi atípico neste cenário, já que muitas empresas que tiveram projetos represados em 2020, instalaram suas novas unidades naquele ano. As novas lojas são destacadas como um diferencial competitivo. “O consumidor exige cada vez mais, lojas mais atraentes, mix diferenciado e bom atendimento e para atender essa demanda é preciso investimento alto”, afirmou.
Para este ano de 2023, as expectativas da Amis continuam em um padrão conservador, com um crescimento esperado em 2,9%. A alta competição do setor e as inovações tecnológicas preocupam, mas as empresas estão se preparando para se manter no mercado.
“A pandemia acelerou o desenvolvimento das questões tecnológicas dentro dos supermercados. As grandes empresas têm suas vendas também em delivery, às vezes até em aplicativos próprios. O setor procurou se adequar rapidamente a isso porque a pandemia exigiu”, afirmou Claret.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Diogo Finelli
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