Pessoas entrando em ônibus na rua

Aumento da passagem de ônibus encarecerá mais ainda o custo de vida na capital

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

 
Uma pesquisa realizada pela Fundação IPEAD, da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, durante o mês passado, e divulgada nesta quarta-feira (5/4) revelou que o custo de vida em BH aumentou 1,24% somente no mês de março. O índice elevado é resultado de cálculos envolvendo o preço médio dos produtos entre 1 e 30 de março.
 
Segundo o gerente de pesquisa do IPEAD, Eduardo Antunes, o valor é exacerbado e alarmante. “1,24% em apenas um mês é muita coisa, considerando que o valor de referência segundo o Banco Central é de 4,5% de aumento ao ano para o custo de vida nas cidades”, comentou o gerente.

Eduardo explicou que a alta aconteceu principalmente em função do aumento expressivo do valor da gasolina, de quase 8%, da taxa de IPVA, que após 2 anos de congelamento teve valores com até 50% de aumento, e da conta de energia elétrica, que sofreu mudanças na base de cálculo e aumentou 8,56%. 

Apesar do aumento do custo de vida, a pesquisa indicou uma redução no preço do valor da cesta básica, ainda que pouco (0,20%). Atualmente, o valor da cesta básica representa 53,58% do salário mínimo. 
A cesta básica, segundo o gerente do IPEAD, já está no seu segundo mês de queda. “A alimentação, de modo geral, teve queda no custo, mas continua cara. Contudo, esses dados são voláteis, com o encarecimento dos combustíveis é possível que os alimentos aumentem de preço novamente em função do transporte, que fica mais caro, e da mão de obra”, explicou. 
 
Quedas também foram registradas no setor de vestuário, com baixas de 1,89%.  
O aumento da passagem de ônibus em BH também terá forte impacto na economia e, principalmente, no custo de vida em BH, afirma Eduardo Antunes. “O orçamento das famílias de baixa renda não está preparado para um aumento tão expressivo” comentou, “Além disso, haverá um impacto grande no preço final dos produtos, por que vai aumentar o custo de ter um trabalhador no comércio”.

“Ao consumidor, a dica que fica é a de pesquisar todos os produtos que deseja consumir, desde alimentação até financiamento de imóveis”, finalizou Eduardo. “É importante manter o dinheiro rendendo em investimentos como CDBs, para tentar ter algum retorno e fugir da inflação, evitar grandes dívidas e estar sempre atento a melhores opções de bancos e de juros não abusivos”, concluiu. 

*Estagiária sob supervisão do editor Benny Cohen