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Haddad disse que fim da isenção de importação não vai afetar consumidores

Sergio Lima / AFP
Em meio a polêmica sobre a taxação ou não de compras internacionais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não conhece a loja chinesa Shein, uma das principais empresas asiáticas que ganharam parte significativa do mercado brasileiro com mercadorias baratas. A declaração foi dada a jornalistas, nessa quinta-feira (13/4),

"O que muda, na prática, para dona de casa que compra blusinha na Shein?", perguntou um jornalista ao ministro. "Não muda nada. Vocês da falam Shein como se eu conhecesse. Eu não conheço a Shein. O que eu sei é o seguinte: o único portal que eu conheço é o da Amazon, porque eu compro todo dia um livro, pelo menos", respondeu o ministro.

Na última terça-feira (11/4), foi informado pelo Ministério da Fazenda o fim da isenção de imposto de importação para encomendas de até US$ 50 (R$ 250). A medida deixou em dúvida se os consumidores seria, afetados ou apenas os comerciantes.

De acordo com a pasta, a isenção vem sendo utilizada para fraudes por empresas de comércio eletrônico que colocam indevidamente o nome de pessoas físicas como remetentes.

Haddad também alega que os preços baixos proporcionam uma "concorrência desleal". Sites como Shopee, Shein, Aliexpress, entre outros, são conhecidos por produtos baratos.  

"O que eu digo é o seguinte, quando você faz as coisas às claras, não tem problema. Se uma sobe o preço, a outra baixa, entendeu? Você vai ter a concorrência em condições de igualdade", disse Haddad. 

Apesar da declaração do ministro, não é possível afirmar que as condições se tornarão iguais. Além de preços baratos, estes sites também são conhecidos por oferecerem uma grande quantidade de cupons e descontos, o que não é tão presente nas lojas brasileiras. Além disso, com a isenção de taxa é possível que o consumidor final arque com o repasse da taxação embutida no preço dos produtos, o que também pode levar a uma queda no consumo on-line internacional.

"As líderes do mercado são gigantes chinesas: Aliexpress, Shein, Shopee", disse um jornalista ao ministro. "Nós já fomos procuradores por uma grande dessas dizendo: 'Quero me regularizar, não quero que pareça à opinião pública brasileira, ao governo brasileiro, que eu estou aqui me valendo de um artifício para ampliar minha participação de mercado. Uma empresa séria não faz isso", disse Haddad em referência as irregularidades.