A empresa canadense, Sigma Lithium, começou recentemente suas operações para produção e venda do lítio concentrado de alta pureza, após sua licença ambiental de operação ser aprovada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Semad) de Minas Gerais.
A produção ocorre no complexo ‘Grota do Cirilo’, situado nos municípios de Araçuaí e Itinga, na Região do Vale do Jequitinhonha.
A previsão é que sejam vendidos aproximadamente 15 mil toneladas de lítio, em uma remessa inaugural, prevista para maio deste ano. O objetivo é alimentar a próxima geração de baterias de veículos elétricos com lítio ambientalmente sustentável e de alta pureza.
O lítio criado pela Sigma vai para as baterias de carros elétricos em países do hemisfério Norte, já que aqui no Brasil ainda não há a fabricação de automóveis elétricos.
De acordo com a CEO da Sigma Lithium, Ana Cabral, a produção de lítio em Minas Geraisimpacta na geração de empregos nas cidades de forma direta e indireta. “Hoje tem mil pessoas lá na empresa, e a gente gera 13 mil empregos indiretos na região do Vale do Jequitinhonha, conectados a operação que mantém a empresa funcionando, o cargo de restaurante, o repositor de caminhão, manutenção de veículos, construção civil, indústria de concretos, costureira de uniformes, garçons, entre outros", explica.
Investimento de 1 bilhão
Ana Cabral explica ainda que o recente investimento de 1 bilhão, anunciada em março deste ano, vai proporcionar a expansão das operações da empresa. “Então 2 bilhões já foram em dez anos, agora no décimo primeiro ano a gente triplica de tamanho”.
A Sigma pretende produzir nesta fase 1 do projeto, anualmente, 270 mil toneladas de concentrado de lítio sustentável de grau de bateria. Com a implantação das fases 2 e 3, previstas para os próximos meses, a produção aumentaria para 766 mil toneladas anuais.
Meio ambiente
A proposta da mineradora canadense é ousada. A empresa afirma ser a primeira e única do mundo a produzir lítio para carros elétricos que não degradam o meio ambiente, com poluição zero, totalmente sustentável.
“A Sigma Lithium foi criada há quase uma década e pretendia provar que a extração de lítio poderia ser feita em uma forma ambiental e socialmente responsável. É a única empresa no mundo que produz baterias de carros elétricos sem degradar o meio ambiente”, afirma Ana Cabral. De acordo com a mineradora, isso é possível por utilizarem energia renovável, água reutilizada e rejeitos empilhados a seco.
A CEO também explica como funcionam os processos na produção que não prejudicam o meio ambiente e são divididos em quatros princípios operacionais importantes.
“Primeiro que o modo de processamento ele não utiliza reagentes químicos. Ela transforma o minério em insumo pré-químico. Nesta transformação ela agrega 70 a 100 vezes valor a este minério.”Ainda segundo Cabral, na transformação não é utilizado químicos nocivos no processo de separação, purificação e concentração.
A segunda parte seria a não utilização convencional de barragem de rejeito, uma vez que os processos são feitos em empilhamento a seco. Já os dois últimos princípiops seriam a “água que é 100% reutilizada” na produção, e o uso da energia do etanol nas operações, “energia que é totalmente limpa”, pontua a CEO.
A segunda parte seria a não utilização convencional de barragem de rejeito, uma vez que os processos são feitos em empilhamento a seco. Já os dois últimos princípiops seriam a “água que é 100% reutilizada” na produção, e o uso da energia do etanol nas operações, “energia que é totalmente limpa”, pontua a CEO.
Por que Minas Gerais?
A escolha da empresa por Minas Gerais, especialmente a região do Vale do Jequitinhonha, se deu, segundo a CEO, após pesquisas em países da América do Norte, África, Oceania. De acordo com Cabral, foi na região do Jequitinhonha que a Sigma Lithium encontrou um “lítio de altíssima qualidade, com um alto grau de pureza, e em quantidades enormes, um depósito riquíssimo de mais de 100 milhões de toneladas já descobertos e mapeados”.
A Sigma Lithium já está no Vale do Jequitinhonha há 10 anos e, durante todo esse tempo, investiu mais de 2 bilhões na infraestrutura necessária para o início da extração do lítio.
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