Bomba abastecendo carro

Impactos nos preços devem começar amanhã, diz presidente da Petrobras

Leandro Couri/EM/D.A Press
O Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou, nesta terça-feira (16/5), que o preço do gás de cozinha terá redução de 21,3%, a gasolina, 12,6%, e o diesel, 12,8%, em razão da nova política de preços da Petrobras. A petroleira anunciou hoje o fim da paridade de preços do petróleo com o dólar e o mercado internacional. A declaração foi dada em coletiva de imprensa, ao lado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. 

De acordo com Prates, a redução passa valer a partir de amanhã e "já tem algum efeito". É previsto que, a partir de amanhã, a gasolina reduza, no mínimo, R$ 0,40 por litro. Já o diesel, R$ 0,44 por litro, e o gás de cozinha, R$ 8,97 na refinaria. 

"Pela primeira vez a gente está tentando colocar um impacto possível na bomba. Caso todas as outras parcelas até chegarem ao consumidor se mantenham fixas, nós teremos o preço da gasolina C reduzido em média de R$ 5,49 para R$ 5,20 o litro. O diesel B12, que se consome na bomba, R$ 5,57 era o preço caindo para R$ 5,18 o litro. E botijão de gás baixamos de R$ 100. Pela primeira vez, desde outubro de 2021, nós teremos o botijão com o preço médio esperado no mercado a R$ 99,87".
 
Durante sua fala, Prates esclareceu que a petroleira não irá abandonar a referência internacional, mas sim a paridade de importação. "É bom enfatizar que referência não é paridade de importação, é referência internacional. Portanto, isso significa que, evidentemente, quando o mercado lá fora estiver aquecido e o petróleo e seus derivados com preços fora do comum, consolidadamente mais altos, isso será refletido no Brasil, porque 'abrasileirar' os preços significa levar as nossas vantagens em conta, porém sem tirar o Brasil do contexto internacional, evidentemente", explicou.

O presidente da Petrobras ainda afirmou que a paridade de importação proporcionava preços injustos para os brasileiros. "O fato de eu ter uma refinaria no Brasil, estar aqui, ter boas partes dos meus custos em reais, não pode se comparar com a paridade de importação, que era basicamente, pegar um preço lá fora, colocá-lo aqui dentro, com todos os custos, despesas e relacionamentos, como se ele tivesse sido produzido lá fora, só que na porta da refinaria daqui. Isso, na verdade, é o preço do nosso concorrente", pontuou. 
 

Nova política de preço 


O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a nova política de preço da Petrobras deve acabar com a volatilidade dos combustíveis, ou seja, a variação de preços. O ministro fez críticas à política de Preço de Paridade de Importação (PPI) e afirmou que a medida era um "crime ao povo brasileiro". 

"A Petrobras hoje anuncia a sua mudança na política de preço. Eu quero fazer aqui uma dura constatação ao PPI criado em 2017/2018. Era uma abstração, uma mentira e era um crime ao povo brasileiro. Impunha uma algema, uma mordaça a uma política de competividade interna dos preços dos combustíveis do Brasil, fazendo com que muitas vezes as oscilações, inclusive, fossem muito acima daquilo que seria possível para poder contribuir para o crescimento nacional", disse.

De acordo com o ministro, estava na hora de "abrasileirar" o preço dos combustíveis. "Era hora de sinalizar de forma clara que o governo Lula vai cobrar de todas as empresas que cumpram com o seu papel social, compreendendo que elas têm que ser competitivas, lucrativas e atrativas para os investidores. De forma alguma, a Petrobras deixará de ser atrativa para os investidores", declarou.
 

Para o ministro, o governo Lula enxerga a Petrobras como uma empresa de capital aberto, com governança própria e decisões autônomas, mas destaca que o governo tem uma "visão clara sobre o que é melhor para o Brasil". 

"O governo Lula tem defendido publicamente que nós devemos ter uma política nacional de competitividade interna, que as empresas sejam vistas como indutoras do crescimento nacional, que tenham o seu papel de governança, mas que também tenham sua visão social, que está prevista na Constituição e na Lei das Estatais. Mesmo as empresas privadas têm esse compromisso com o país, que é cumprir uma função social diante da população brasileira. E hoje nós estamos recebendo esse gesto da Petrobras e essa decisão interna da redução do preço do gás de cozinha, da gasolina e do óleo diesel", disse Silveira. 

"Hoje vão poder comemorar todos os motoristas de uber, taxistas, principalmente os caminheiros, e saber que não teremos volatilidade como o PPI impunha", completou.