Em entrevista à GloboNews, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou o resultado 'estrondoso' da votação do arcabouço fiscal na Câmara e destacou a redução significativa dos juros longos durante o processo. Ele também mencionou o empenho do Congresso e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em um tema de grande importância.
Campos Neto afirmou que não há relação direta entre o arcabouço fiscal e a política monetária, mas reconheceu que a nova regra influencia a expectativa de inflação futura, ajudando a eliminar o temor de que esta saia de controle. Segundo ele, o mercado já percebeu essa mudança, com a queda nas taxas de juros longas. Ele ressaltou que qualquer tipo de reforma é benéfica.
O presidente do Banco Central também elogiou a mobilização e o espírito reformista do Congresso, que, em sua opinião, têm transmitido a mensagem correta para auxiliar o trabalho do BC. No entanto, ele enfatizou que a instituição tem seu próprio cronograma e precisa aguardar para ver como o arcabouço se converterá em melhorias nas expectativas.
Questionado sobre a possível redução dos juros, Campos Neto explicou que não pode antecipar a decisão, pois isso compete ao colegiado. Referindo-se ao Comitê de Política Monetária (Copom), ele declarou: 'Sou um voto de nove'. O presidente do BC reiterou que três fatores são analisados para a tomada de decisão: inflação de curto prazo, capacidade do Brasil crescer sem gerar inflação e expectativa de inflação.
Sobre uma eventual mudança na meta de inflação, Campos Neto afirmou que o tema ainda precisa ser resolvido, mas acredita que será tratado em breve. Ele citou uma conversa com o ex-presidente do Banco Central da Argentina, Federico Sturzenegger, sobre a alteração da meta no país vizinho, que visava flexibilidade, mas acabou saindo do controle. Para Campos Neto, essa é uma 'lição' para o Brasil.
Ele defendeu que mudanças, como na meta de inflação ou no arcabouço fiscal, devem ser feitas buscando principalmente maior eficiência. O presidente do BC também comentou sobre estudos realizados pela instituição a respeito de uma possível meta contínua, que mostrou ineficiências no sistema de ano-calendário. Porém, diante do momento de incertezas, ele argumentou que o ideal seria não fazer alterações na meta atual.
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