O Brasil apresentou um saldo negativo de US$ 1,7 bilhão em suas transações correntes com o exterior em abril, conforme informações divulgadas pelo Banco Central (BC) na sexta-feira (26/5). Esse resultado representa o pior desempenho para o mês desde 2019. No ano passado, o saldo foi positivo em R$ 3,4 bilhões, e em 2022, houve superávit de US$ 100 milhões.
A principal razão para o saldo negativo na comparação anual foi o aumento do déficit em renda primária, que alcançou US$ 1,6 bilhão. A renda primária engloba as remessas de dinheiro e pagamentos (lucros, juros e dividendos) enviados pelas empresas multinacionais com filiais no Brasil ao exterior, além das quantias recebidas por empresas brasileiras de fora do país.
Além da renda primária, outros dois indicadores são fundamentais para determinar a situação das transações correntes do país: a balança comercial de produtos e a balança de serviços. A balança comercial, que inclui exportações e importações, registrou superávit de US$ 6,9 bilhões em abril deste ano, um leve incremento em relação aos US$ 6,8 bilhões de saldo positivo em abril de 2022.
A balança de serviços, por sua vez, considera as despesas de brasileiros no exterior, como importações de serviços financeiros, fretes, aluguel de equipamentos e turismo. Em abril de 2023, essa balança apresentou déficit de US$ 3,15 bilhões, valor próximo ao registrado no mesmo período do ano anterior, que foi de US$ 3,19 bilhões negativos.
O déficit acumulado em transações correntes nos últimos doze meses, até abril de 2023, somou US$ 54,2 bilhões (2,76% do PIB), comparado a US$ 52,4 bilhões (2,67% do PIB) no mês anterior e US$ 44,6 bilhões (2,56% do PIB) em abril de 2022.
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