Cartão

O Brasil ocupa a primeira posição entre os países sul-americanos.

Dmitriy Shironosov
Um estudo conduzido pela NordVPN, empresa de cibersegurança, revelou que o Brasil está entre os cinco países mais afetados por roubo de cartões de pagamento no mundo, com aproximadamente 144 mil cartões roubados e vendidos na dark web em 2023. A dark web é um espaço anônimo na internet onde ocorrem atividades ilegais e criminosas. No contexto sul-americano, o Brasil ocupa a primeira posição entre os países que mais enfrentam roubos e fraudes envolvendo cartões.

A pesquisa apontou que o preço médio de um cartão roubado no Brasil e comercializado na dark web é de R$ 42,25. Atualmente, há cerca de 92 mil cartões de pagamento brasileiros sendo vendidos ilegalmente. A análise abrangeu 6 milhões de cartões encontrados em redes anônimas e revelou que 66,7% deles possuem ao menos algumas informações pessoais das vítimas, como endereço, telefone, e-mail e até o número do Seguro Social (SSN).

No caso do Brasil, mais de 48 mil cartões analisados continham o número de telefone das vítimas. A NordVPN estima que os cibercriminosos poderiam lucrar mais de US$ 18,5 milhões (aproximadamente R$ 92,6 bilhões) com a venda total dos dados encontrados. A NordVPN alerta que a comercialização de informações pessoais junto aos cartões torna a situação ainda mais perigosa.

Segundo a NordVPN, os métodos de roubo de cartões de pagamento evoluíram e passaram a utilizar técnicas mais sofisticadas, como phishing e malware, podendo levar ao roubo de identidade das vítimas. Phishing é um golpe em que criminosos se passam por instituições financeiras ou empresas e tentam enganar pessoas para que compartilhem informações pessoais e confidenciais.
 

No ranking global, os Estados Unidos lideram em número de cartões roubados, com mais da metade dos 6 milhões de unidades analisadas (cerca de 3,5 milhões) oriundas do país. Índia, Reino Unido e México também figuram na lista dos 20 primeiros colocados. Os cartões mais valorizados pelos criminosos são os da Dinamarca, com preço médio de R$ 57,56.

Para se proteger dos ataques, a NordVPN recomenda a utilização de senhas impenetráveis, com pelo menos 20 caracteres, e o uso de um gerenciador criptografado. Outras dicas incluem baixar o aplicativo do banco para receber notificações em tempo real, alterar nome de usuário e senha em caso de violação de dados e utilizar um software anti-malware para detectar arquivos maliciosos e vírus que roubam informações.

A pesquisa da NordVPN foi realizada em parceria com pesquisadores independentes especializados em segurança cibernética e analisou oito mercados-chave na dark web, recuperando informações de mais de 6 milhões de cartões. A empresa ressalta que o estudo não determinou o número exato nem analisou a totalidade dos detalhes de cartões de pagamento vendidos em toda a dark web.