A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, declarou que a nova lei que assegura a igualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham funções idênticas terá impacto positivo no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos próximos anos. A afirmação tem como base um estudo do Banco Mundial de 2018, que aponta que a redução das disparidades salariais entre os gêneros pode impulsionar a economia dos países em 3,3 pontos percentuais. "A igualdade salarial aumenta o PIB do país, torna as empresas mais atraentes e beneficia toda a população. Acredito que, com o tempo, as empresas e a sociedade em geral perceberão isso e adotarão essa política em curto, médio e longo prazo", disse a ministra em entrevista.
Nesta quinta-feira (1/6), o projeto de lei que estabelece a igualdade salarial foi aprovado simbolicamente pelo Senado e agora aguarda a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cida Gonçalves garantiu que as demandas dos empresários serão consideradas durante a regulamentação da lei. "Eles terão oportunidade de discutir todos os aspectos, dificuldades e bases para implementação. Tudo será negociado no processo de regulamentação", afirmou.
A ministra ressaltou que todos os setores envolvidos, incluindo trabalhadoras, iniciativa privada e o próprio governo, serão ouvidos. Para a implementação das novas regras, haverá a atuação conjunta do Ministério das Mulheres, Ministério do Trabalho e Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Em relação às preocupações e incertezas manifestadas por empresários durante a votação, a ministra acredita que a adesão à iniciativa privada depende de uma mudança cultural que ocorrerá gradualmente, assim como ocorreu com outros projetos.
"Toda legislação cria a expectativa de resolver quase tudo. O projeto é prioritário para o governo Lula, mas sabemos que levará tempo para mudar comportamentos, cultura e questões organizacionais. É um processo em construção. Não basta sancionar a lei e esperar que tudo esteja resolvido em 24 horas", declarou Cida Gonçalves.
A ministra prevê que poderá haver resistência nos primeiros meses, mas acredita que debates, demonstrações de resultados e denúncias de empresas que não cumpram o projeto serão fundamentais para a mudança. "Esse cenário nos permitirá acompanhar de perto quem não está cumprindo a legislação e enquadrá-los nos termos da lei. Queremos construir igualdade na estrutura básica, sem impor de cima para baixo", concluiu.
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