A Fugini, empresa de alimentos, recebeu autorização para reiniciar a fabricação de todos os seus produtos na fábrica localizada em Monte Alto (SP), após a unidade ter sido interditada entre março e abril devido à presença de urucum vencido na produção de maionese. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia suspendido as atividades da empresa em 27 de março, após ter encontrado o ingrediente fora da validade. Na época, a Fugini atribuiu o problema a um 'erro operacional' e iniciou o recall dos lotes de maionese afetados.
Apesar da liberação da fabricação, o recall dos produtos continua em vigor. A empresa realizou as medidas de controle de qualidade exigidas pela Anvisa e foi liberada após uma inspeção realizada em 19 de maio. A Fugini agora pode vender os produtos fabricados até 27 de março de 2023, desde que estejam dentro do prazo de validade.
No entanto, o recall dos lotes de maionese Fugini e da marca Ramy com vencimento em janeiro, fevereiro e março de 2024, ou com validade em dezembro de 2023 e numeração de lote iniciada em 354, ainda está em vigor. A empresa tem até 29 de julho para concluir o recolhimento dos produtos afetados. Os consumidores que adquiriram esses itens devem entrar em contato com o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da Fugini pelo telefone 0800-7024337, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, ou pelo email sac@fugini.com.br para realizar a troca do produto ou solicitar reembolso.
Em comunicado, a Fugini reiterou seu compromisso com a qualidade, segurança e boas práticas de fabricação de seus produtos. A inspeção em Monte Alto (SP) foi realizada após a denúncia de 'matérias estranhas' encontradas em molhos de tomate da Fugini no Rio Grande do Sul, em dezembro de 2022. Quatro consumidores de diferentes cidades relataram a presença de fungos, esporos e fragmentos de ovos de parasitas nos molhos prontos.
Na semana passada, a delegada Jeiselaure de Souza, da 1ª Delegacia de Polícia de Viamão (RS), indiciou a Fugini, dois sócios e um funcionário responsável pelo controle técnico de qualidade dos produtos por crime contra a relação de consumo. O caso agora está nas mãos da Justiça do Rio Grande do Sul, que decidirá se aceita a denúncia.
A Fugini nega a contaminação nos produtos e argumenta que as embalagens analisadas estavam abertas desde dezembro de 2022. A empresa também contestou os laudos feitos pelo IPG/RS (Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul), alegando que não contavam com exames microbiológicos e que enviou produtos lacrados dos mesmos lotes para o Lacen-RS (Laboratório Central de Saúde Pública), onde os resultados 'comprovaram a segurança' do molho de tomate.
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