Pessoas reunidas em mesa com computadores

Em todo o Brasil, o maior número de empresas é voltado para o desenvolvimento de programas de computador sob encomenda

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Um estudo divulgado em junho indica que o setor de startups no país está dando sinais de desaquecimento. A análise demonstra que em todo o período, 2021 e 2022 constam com o menor número de novos projetos no mercado, mesmo com grandes investimentos em 2020 e 2021. A queda é expressiva a partir de 2017, quando foram abertas 661 empresas do setor. Nos anos seguintes, o desaquecimento se acentuou – 553 em 2018, 430 em 2019, 293 em 2020 –, até chegar a 103 em 2022.
 
Segundo Leonardo Rangel, CEO da Cortex Intelligence, empresa que fez o estudo 'Inovação em Movimento', essa queda na abertura de startups mostra uma 'virada de maré': "Isso foi fruto de um cenário macroeconômico global conturbado, com inflação e alta de juros. Diante das incertezas econômicas, a tendência é que haja uma redução dos investimentos, o que estamos vendo na prática". Crescer rápido apenas com os investimentos vindos dos lucros do ano é um desafio, e as empresas passaram a "colocar o pé no freio por conta dessa escassez de capital", explica Leonardo Rangel.
 
Perante essas incertezas, a cidade de São Paulo expressa 30% das empresas start-ups, com 3.693 das 11.651 iniciativas em seu território. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro com 796 e, na terceira posição, Belo Horizonte registra 476 CNPJs no setor. Em todo o Brasil o maior número de empresas é voltado para o desenvolvimento de programas de computador sob encomenda, segundo o estudo, que foi divulgado pela Endeavor.

Rangel explica que o atrativo de BH para essas empresas pode estar associado "a uma soma de boa qualificação profissional, menor oferta de oportunidades de seguir carreira em grandes empresas e grande quantidade de mão de obra local qualificada disponível e interessada em trabalhar no ecossistema de inovação".

Mesmo com todas as adversidades, ainda há expectativas positivas, segundo o CEO: "Também vejo um lado positivo, porque é uma forma de as empresas ficarem saudáveis e independentes, sem precisarem mais de investimento a curto prazo. Se depois o mercado voltar a ter mais investimento, maravilha!", conclui o CEO da Cortex Intelligence.
 
*Estagiário sob supervisão do subeditor Fábio Corrêa