Americanas

Documentos apontam a participação de ex-diretores da empresa na fraude

MAURO PIMENTEL/AFP
A Americanas enfrenta uma crise financeira após a descoberta de uma fraude bilionária, que levou a empresa a entrar em recuperação judicial. De acordo com Leonardo Coelho Pereira, presidente da companhia, pelo menos 30 pessoas estão envolvidas no esquema fraudulento e estão sendo demitidas. O processo de demissão deverá ser concluído nesta quarta-feira, 14. As informações foram apresentadas durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara, na terça-feira.

Coelho compartilhou com os deputados parte das informações de um relatório elaborado por um comitê independente que investiga o desfalque internamente. Os documentos apontam a participação de ex-diretores da empresa na fraude, mas ainda não foram todos analisados, assim como eventuais defesas dos acusados.

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A situação da Americanas tem sido marcada por embates retóricos, envolvendo acionistas da varejista (Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira), a própria empresa e os bancos credores. Há litígios em andamento na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e junto ao Ministério Público, entre outras instituições.
 

Pereira afirmou que, até o momento, as evidências não implicam o conselho de administração e os acionistas no escândalo. No entanto, a defesa de José Timotheo de Barros, um dos ex-diretores acusados de envolvimento na fraude, contesta as alegações. Em nota, a defesa afirma que o fato relevante informado ao mercado contém inverdades e acusações que precisam ser comprovadas.

A nota também critica a divulgação parcial de trechos do relatório de investigação, alegando que informações foram apresentadas de maneira leviana durante a comissão do Congresso Nacional e que opiniões de suspeitas foram tratadas como verdades.