Açougueiro cortando peça de carne

Levantamento mostra queda no preço das carnes bovina, suína e do frango nos últimos 30 dias

Jair Amaral/EM/D.A.Press
O quilo da picanha tradicional pode ser encontrado entre R$ 49,99 até R$ 89,98, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. É o que mostra a pesquisa do site Mercado Mineiro e do aplicativo comOferta.com, feita entre 13 a 14 de junho de 2023. Foram consultados 38 estabelecimentos. Outro fator revelado pelo levantamento é uma queda no preço das carnes bovina, suína e do frango.

 

Nos últimos 30 dias, o quilo do contra filé caiu de R$ 48,05 para R$ 45,39, uma redução de 5,54%. O do acém variou de R$ 31,26 para R$ 29,56, uma redução de 5,43%. O do chã de fora foi de R$ 40,18 para R$ 38,34, redução de 4,58%. Já o quilo da maminha variou de R$ 44,05 para R$ 42, redução de 4,66%.

 


No caso da carne suína, os destaques foram para a queda do pernil sem osso que custava, em média, R$ 19,52 e caiu para R$ 18,92, redução de 3,09%. O quilo do lombinho teve queda de R$ 21,53 para R$ 20,89, redução de 2,98%. E o da pazinha, que custava em média R$ 16,20, caiu para R$ 15,82, redução de 2,32%. 

Nas aves, o quilo da coxa e sobrecoxa que custava R$ 11,98 passou para R$ 11,30, redução de 5,45%. O pé de frango era vendido a R$ 7,08 e passou para R$ 6,63, redução de 6,29%. O quilo do peito resfriado caiu de R$ 13,28 para R$12,59, redução de 5%. Já o frango resfriado apresentou queda de 5,45%, passando de R$ 10,64 para R$ 10,06. 

Pesquisa aponta corte mais barato

 
O levantamento também apontou , uma grande variação entre os valores dos cortes entre um estabelecimento e outro. Nos cortes bovinos, a variação entre o menor e o maior valor chega a 95%. O quilo do filé mignon pode custar de R$ 45,99 até R$ 89,98. O quilo da alcatra é encontrado entre R$ 34,95 e R$ 59,99, com variação de 71%. Já o acém custa de R$ 22,99 a R$ 39,99, o quilo, com variação de 73%. O miolo de alcatra é vendido por R$ 34,95 até R$ 62,99, com variação de 80%. O chã de fora custa entre R$ 29,99 e R$ 52,95, com diferença de 76% .

Nos cortes suínos, houve variação de 130% na bisteca, encontrada entre R$ 12,95 e R$ 29,90. O quilo do lombo inteiro é vendido entre R$ 14,45 e R$ 29,90, com variação de 106%. O do pernil sem osso pode ser encontrado por R$ 13,95 até R$ 28,90, com variação de 107%. O do pé de porco é vendido por R$ 5,99 e R$ 17,80, com variação de 197%. O do pernil com osso custa de R$ 12,95 até R$ 26,50, com variação de 104%. 

Nas aves, houve variação de 150% no quilo do frango resfriado, que pode ser encontrado por R$ 6,55 até R$ 16,40. O quilo do peito resfriado custa de R$ 8,99 a R$ 19,99, com variação de 122%. O quilo da asa resfriada é vendido por R$ 11,99 a R$ 26,95, com variação de 124%. O da coxa e sobrecoxa custa de R$ 7,99 a R$ 18,95, com variação de 137%.
 

Preferência dos consumidores


Orlando Costa do Amaral é proprietário do Rei da Carne, no Mercado Central e relata que as aves foram os cortes que mais tiveram queda no último mês. “O consumo de carne suína e de frango tem sido bem maior. Mesmo com o preço da carne bovina caindo, ela continua cara e as pessoas preferem levar os cortes mais baratos”, afirma.
 
Orlando Costa do Amaral é proprietário do Rei da Carne

Orlando Costa do Amaral diz que as aves foram os cortes que mais tiveram queda no açougue, no último mês

Jair Amaral/EM/D.A.Press
 

Por causa do frio das últimas semanas, Amaral diz que os cortes que os consumidores mais compraram foram as carnes de segunda para cozinhar, como costela de boi e rabada. “Carne de porco, no frio, as pessoas também consomem mais. Costelinha e toucinho de torresmo para caldos estão sendo bem mais consumidos neste mês”, destaca.

Mesmo com a redução no preço de alguns cortes, o proprietário do açougue explica que não notou uma mudança no consumo das pessoas que vão ao estabelecimento. “Mesmo com a queda do preço de alguns cortes, como carne bovina, ele continua alto. Acho que essa é uma redução momentânea do preço.”

Boa notícia e pesquisa


O economista e coordenador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, explica que na época de tempo frio, a tendência é de os cortes encarecerem. “Tivemos um aumento de produção de soja e milho, que são os grãos mais importantes para produção de carne de porco e frango. Isso favorece a queda de preço.” 

Além disso, Abreu lembra que o preço dos cortes estava muito alto, fazendo com que o mercado interno ficasse retraído. “As pessoas também não estavam comprando, além da queda nos preços dos produtos para exportação. Isso tudo reflete nos preços para o consumidor”, destaca. 

Segundo o economista, a queda nos preços é uma tendência no curto prazo. “É complicado falar de tendência de médio e longo prazo porque o mercado externo dita muito as regras. Sabemos que há um favorecimento, em virtude da redução nos custos de produção, mas está sendo ruim, por exemplo, para o produtor, que investiu muito e agora não está tendo o retorno esperado. Ele pode, então, reduzir a produção para os próximos tempos, em virtude da margem (de lucro).” 

Ele afirma que é um bom momento para o consumidor, que precisa pesquisar preços. “Mas não podemos dizer que até o final do ano, esse preço está garantido ou que vai continuar caindo. Se a China voltar a pagar um preço alto nos produtos que importa do Brasil, vamos voltar a pagar mais caro também, como consumidor.”

Abreu ressalta que os destaques de queda foram as carnes bovinas, com preços mais altos e o quilo do pé de frango, na outra ponta. “Talvez a demanda tenha caído porque as pessoas, de repente, estão conseguindo comprar um frango resfriado. É uma notícia boa porque vimos queda de preço nos dois extremos.”

Ele lembra que os consumidores devem pesquisar, já que a variação de preços é grande e isso pode estimular a concorrência. “Isso faz com que o preço possa cair ainda mais.”