Proteger a Amazônia e transformá-la em um motor de crescimento econômico sustentável, em vez de um local explorado pela agricultura e a indústria madeireira, renderia bilhões de reais ao Brasil nas próximas décadas, revelou um estudo divulgado nesta terça-feira (20).
Ao desenvolver indústrias sustentáveis, especialmente de geração de energia solar, e fazer a transição para uma agricultura de baixo carbono, a região amazônica poderia liderar o caminho para transformar o Brasil em uma potência da economia verde, adicionando 40 bilhões de reais por ano à economia nacional até 2050, concluiu o relatório.
O estudo descobriu que essa última opção não apenas protegeria um dos principais sumidouros de carbono do planeta, mas também traria benefícios econômicos, criando 312.000 empregos adicionais nas próximas três décadas, ao mesmo tempo em que salvaria ou restauraria cerca de 810.000 km² de floresta.
"O estudo mostra que priorizar a Amazônia traria benefícios para todos os brasileiros", disse o economista Rafael Feltran-Barbieri, do WRI Brasil, um dos mais de 100 autores que contribuíram para o estudo.
"Esse formato, que tornará a Amazônia a grande catalisadora da descarbonização de toda a economia brasileira é, sem dúvida, a maior oportunidade de desenvolvimento econômico e social da história contemporânea do país", afirmou em um comunicado.
Com base em técnicas econométricas e modelos desenvolvidos por diversos grupos de pesquisa no Brasil, o estudo demonstrou que 83% da demanda por gado, cultivos, madeira e outros produtos de baixo valor agregado provenientes da Amazônia Legal - as principais forças impulsionadoras do desmatamento - vinham de fora da região.
Enquanto isso, a região tem um déficit comercial de 114 bilhões de reais por ano em relação ao restante do Brasil e ao mundo.
Segundo o estudo, é necessário um grande investimento adicional - 2,56 trilhões de reais até 2050 - para transformar positivamente esse modelo, fazendo a transição para uma economia de alta produtividade, alto emprego e alto valor agregado.
O custo da inação seria mais que o dobro disso, em danos causados por eventos climáticos extremos e outros impactos das mudanças climáticas, apontou o estudo.
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