Frentista abastecendo carro em um posto de gasolina de BH

Apesar da dificuldade em conseguir comprar gasolina, os postos não acreditam que possa haver desabastecimento

Leandro Couri/EM/D.A.Press
Donos de postos de combustíveis de Belo Horizonte reclamam da dificuldade de comprar gasolina nas distribuidoras. Eles alegam que as fornecedoras de combustíveis estão em "processo de adequação", quando limitam a quantidade de produto vendido para cada estabelecimento. 

 

Na sexta-feira (23/6), o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) divulgou nota alertando para o problema. De acordo com o sindicato, as distribuidoras estariam evitando vender os combustíveis por causa do aumento de preços dos produtos, previsto para sábado (1º/7).


A gerente administrativa de um posto Petrobras localizado na Rua Álvares Maciel, no Bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul da capital, Mariza Marcondes, conta que, desde a quinta-feira (22/6), a distribuidora não entrega a quantidade de gasolina pedida pelo posto. Ela diz que o estabelecimento recebe remessas do produto todos os dias da semana e que, desde a semana passada, o limite de gasolina recebido é de dez litros por dia. 
 

De acordo com ela, não há risco de desabastecimento no posto, já que eles têm um estoque confortável e estão recebendo pequenas quantidades diárias. A gerente também diz que a adequação é comum em vésperas de aumento no preço dos combustíveis e que, após o reajuste, não há limitação de quantidade por parte das distribuidoras. 

Outro que confirma a limitação por parte das distribuidoras é o dono de um posto Ipiranga, na Rua Silva Jardim, no Bairro Floresta, Região Leste. João Paulo Vieira também explica que a prática é usual em períodos que antecedem o reajuste de preços. Porém, alega que não encontrou dificuldades em comprar a quantidade de gasolina que pretendia e não acredita que haverá desabastecimento. 

A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), que representa as três maiores distribuidoras de combustível de Minas Gerais - Shell, Petrobras e Ipiranga. O IBP alega que desconhece dificuldades na compra de gasolina. 

Volta de tributos 


A partir de 1º de julho, os combustíveis vão sofrer aumento com a volta da cobrança integral dos tributos PIS/Cofins e da Cide. No ano passado, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) zerou as alíquotas desses impostos sobre os combustíveis para tentar forçar uma redução nos preços. A medida tinha validade até 31 de dezembro de 2022.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu prorrogar a isenção, que termina no próximo sábado.