Cartões de crédito em bolso

Diversos fatores contribuíram para o aumento da inadimplência, incluindo a pandemia e a alta da taxa básica de juros (Selic).

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Os brasileiros estão enfrentando níveis recordes de inadimplência com seus cartões de crédito rotativos e parcelados. Nos meses de março e abril deste ano, aproximadamente um terço (31,5%) do saldo total de R$ 135,6 bilhões desses tipos de crédito estava inadimplente.

Essa é a maior taxa de inadimplência mensal desde o início dos registros em março de 2011, conforme revelou Luiz Rabi, economista-chefe da Serasa Experian.
Em abril, o juro do rotativo do cartão de crédito subiu para 447,7% ao ano, o mais alto desde 2017. Rabi também apontou que a inadimplência nos cartões de crédito é um dos principais desafios no mercado de crédito atualmente.

Segundo o economista, a inadimplência é impulsionada principalmente pelos cartões de crédito, já que as únicas linhas de crédito que estão crescendo para os consumidores são o cheque especial e o cartão rotativo e parcelado.

A Abecs, associação que representa as empresas de cartão de crédito, admite que a inadimplência é uma preocupação para o setor, mas defende que a tendência segue o mesmo padrão da inadimplência geral dos consumidores.
 
Diversos fatores contribuíram para o aumento da inadimplência, incluindo a pandemia e a alta da taxa básica de juros (Selic). No entanto, o principal fator é a inflação, que corroeu a renda das famílias.
 
De fato, o número total de inadimplentes, não apenas no cartão, aumentou de 62 milhões em setembro de 2021 para 71 milhões em maio deste ano.

A expectativa é que a inadimplência atinja seu pico em breve e comece a diminuir a partir do segundo semestre. No entanto, os especialistas alertam que a queda será lenta, pois as condições gerais ainda não são favoráveis.

A análise mostra que o número de inadimplentes em geral deve parar de aumentar entre o terceiro e o quarto trimestre deste ano, a depender da queda da inflação e do corte na taxa básica de juros.