O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quinta-feira (29) que a meta de inflação não seja "fixa e eterna" e sim que seja móvel para levar em conta a situação econômica daquele momento.
"Eu não sei qual é a decisão do Conselho Monetário, vão tomar a decisão. O que eu acho, o que eu penso agora como cidadão brasileiro é que o Brasil não precisa ter uma meta de inflação tão rígida, como estão querendo agora, sem alcançar", afirmou o presidente.
"A gente tem que ter uma meta que a gente alcance. Alcançou aquela meta a gente pode reduzir e fazer mais um degrau, descer mais um degrau. [...] É para isso que a política monetária tem que ser móvel, ela não tem que ser fixa e eterna. Tem que ter sensibilidade em função da realidade da economia, das aspirações da sociedade", completou o mandatário.
A declaração foi dada durante entrevista do presidente a Rádio Gaúcha, principal emissora do Rio Grande do Sul.
A fala do presidente acontece às vésperas da reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), que vai debater a meta de 2026 e a possibilidade de ser adotado um objetivo contínuo, modelo em que o Banco Central precisa perseguir determinado patamar de inflação sem se vincular a um ano-calendário fechado —como ocorre hoje.
Lula também voltou a criticar a taxa de juros básica do país e também o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Disse que o dirigente da instituição "não entende nada de país".
As falas acontecem após o Banco Central manter em 13,75% a taxa básica de juros, o que gerou a reação de diversos integrantes do governo. O Senado aprovou um requerimento de convocação de Campos Neto para dar explicações.
"Não existe hoje nenhuma explicação econômica, sociológica, filosófica, no que você quiser pensar para que a taxa de juros esteja 13,75% porque nós não temos inflação de demanda. Eu acho que é um equívoco", afirmou Lula durante a entrevista;
"Agora você tem um cidadão que me parece que não entende absolutamente nada de país, de povo, não tem sentimento com o sentimento do povo e mantém uma taxa de juros para atender aos interesses de quem?", completou.
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