O TCU (Tribunal de Contas da União) abriu uma investigação contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para apurar declarações recentes dele sobre terceirizar a gestão de ativos do BC.
A investigação foi solicitada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que destacou que essa pretensão de Campos Neto é um risco à capacidade do país em honrar compromissos financeiros.
Para Furtado, é necessário "apurar os indícios de irregularidades noticiados a despeito do interesse do atual presidente do Banco Central em terceirizar a gestão de ativos do BC, especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil".
O presidente do BC disse na última quinta-feira (20/7) que está aberto à possibilidade de terceirizar a gestão de ativos do Banco Central. As declarações foram feitas em entrevista ao canal BlackRock Brasil.
Furtado ressaltou que a gestão de reservas internacionais representa uma "atividade tipicamente estatal", o que impossibilita a interferência do setor privado nessa área, com riscos, inclusive, à "soberania" brasileira.
"Diante de todos os riscos, no meu entender, é inadmissível terceirizar a gestão de ativos do BC, especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil. A referida possibilidade reclama, pois, a obrigatória e pronta atuação do TCU, de forma a se determinar a detida e minuciosa apuração dos fatos", completou.
As reservas financeiras internacionais funcionam como uma poupança para o país, usada em tempos de crise. Conforme o BC, essas reservas do Brasil hoje somam US$ 345,8 bilhões.
O ministro Benjamin Zymler será o responsável por relatar o caso no TCU. Em comunicado, o Banco Central disse que não vai se manifestar.
*Para comentar, faça seu login ou assine