Gôndolas mostrando alimentos em sacolão de BH

O quilo do tomate apresentou variação de 168% nos sacolões visitados pela pesquisa

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Os consumidores devem ficar atentos ao fazer compras nos sacolões de Belo Horizonte. A variação de preços de produtos de hortifrúti pode chegar a 535%, segundo pesquisa do site Mercado Mineiro feita entre 3 e 4 de agosto, em 20 estabelecimentos. 

 

 


O quilo do quiabo apresentou a maior variação, de 535%, seguido pelo tomate (168%), cebola-branca (251%), beterraba (202%) e cenoura vermelha (125%). Entre as verduras, destaque para salsinha e cebolinha, com variação de 51% e a couve com preços que variam 101%. A dúzia de ovos brancos pode variar em 40%, enquanto a de ovos vermelhos 32%.  
 

A pesquisa mostra também variações entre as frutas. O quilo do mamão Havaí pode variar 100% nos sacolões da capital. Já o do limão Tahiti, 234%, o da banana Prata 60% e o da laranja Pêra 50%. O abacaxi apresentou variação de 148%, o quilo da maçã 89% e o da mexerica Ponkan 169%.

Confira os preços: 


Legumes 

  • quiabo: de R$2,99 a R$ 18,99
  • tomate: R$ 2,98 a R$ 7,99
  • beterraba: R$ 1,98 a R$ 5,99
  • cebola-branca: R$ 1,98 a R$ 6,99
  • cenoura vermelha: R$ 3,98 a R$ 8,99

Verduras e ovos 

  • salsinha e cebolinha: R$1,98 a R$2,99
  • couve: R$1,98 a R$3,99
  • dúzia de ovos brancos: R$9,98 a R$13,98
  • dúzia de ovos vermelhos: R$12,80 a R$16,98

Frutas

  • mamão Havaí: R$7,80 a R$15,99
  • limão Tahiti: R$2,99 a R$9,99
  • banana-prata: R$4,98 a R$7,99
  • laranja Pêra: R$2,98 a R$4,48
  • abacaxi: R$3,98 a R$9,90
  • maçã: R$8,99 a R$16,99
  • mexerica Ponkan: R$1,48 a R$3,99

Segundo o economista e coordenador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, a grande variação dos preços é explicada pela localização dos estabelecimentos em BH. O levantamento foi feito em sacolões de diferentes regiões da capital. 

Diante da grande diferença nos valores, o economista afirma que o consumidor deve conciliar preço e qualidade, dando preferência para os “dias de ofertas da semana” ou “dia da feira”. De acordo com ele, esses dias normalmente têm preços de produtos da safra e com boa qualidade.  

Queda de preços 


A pesquisa mostrou ainda que os preços médios tiveram queda nos últimos quatro meses. De abril a agosto, o quilo da cenoura que custava de R$ 6,99 passou para R$ 5,96, uma redução de 14,72%. 

Veja queda de outros itens: 

  • cebola-branca: custava em média R$ 5,84 passou para R$ 4,59 (-21%)
  • batata inglesa: custava em média R$ 5,49 e caiu para R$ 4,76 (-13%) 
  • tomate comum: custava em média R$ 7,59 e passou para R$ 5,96 (-21%) 
  • pimentão verde: custava em média R$ 10,74 e caiu para R$ 7,03 (-34.53%) 
  • inhame: custava em média R$7,81 e passou para R$ 5,78 (-25,99%)
  • alface-americana: caiu de R$ 5,32 para R$ 5,13 (-3,64%) 
  • caixa de morango: caiu de R$ 10,19 para R$7,07 (-30%) 
  • mamão Havaí: caiu de R$ 12,52 para R$ 11,23 (- 10%)

O economista explica que, além da safra, a queda nos preços de alguns desses produtos está ligada a uma estabilidade no clima. Segundo ele, este ano não houve chuvas intensas ou uma seca muito severa, que poderia provocar quebra de safra. A consequência é um aumento na oferta de produtos. 

Alguns produtos, porém, registraram altas importantes. O levantamento mostra que o preço médio do limão Thaiti que custava R$ 3 subiu para R$ 5,51, um aumento de 83%, já o quilo da banana Caturra que custava em média R$ 3,69 subiu para R$ 4,56, um aumento de 23%.

De acordo com o economista, embora os preços de hortifruti oscilem em função da safra, oferta e demanda, em geral, neste último mês os aumentos foram mais expressivos que as quedas nos preços médios.
 

Pesquisa de preços e troca de produtos 


O zelador Walter Rocha, de 59 anos, diz que ficou assustado com o aumento de preço de alguns alimentos no sacolão e cita a banana caturra e a dúzia de ovos. “Subiu muito de umas semanas pra cá.” Ele diz que, como está acostumado a consumir os produtos, não deixa de comprar por causa da alta. “Tem que comprar, não tem jeito. Mas, levo menos quantidade.”
 
O zelador Walter Rocha comprando bananas

O zelador Walter Rocha ficou assustado com o aumento de preço de alguns alimentos

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
 

Rocha afirma que costuma pesquisar preços antes de comprar. “Moro no Bairro Serra e lá tem muitas opções. Vejo onde está mais barato e compro.”

A pedagoga Marta Castro, de 60 anos, também reclama da alta de preço de alguns alimentos, como o limão Tahiti. “O limão subiu demais, já a batata está com preço razoável.” Ela conta que diante do aumento, deixa de comprar, substitui ou leva menos quantidade. 
 
A pedagoga Marta Castro comprando limões

A pedagoga Marta Castro também reclama da alta de preço de alguns alimentos, como o limão Tahiti

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
 

“O limão eu comprava bastante pra fazer suco, estou comprando menos. Não deixo de comprar porque me faz falta. Agora o tomate, por exemplo, eu não compro quando está muito caro. A cenoura também parei de comprar uma época que subiu. Tem coisa que substituo uma por outra.”

Marta é outra que costuma pesquisar preços antes de comprar. “Onde está mais barato compro mais quantidade.”

Marcelo Castro, gerente de sacolão no Centro de BH, explica que as mercadorias têm variação de preço, de acordo com a entressafra, no Ceasa. “Quando entra pouca mercadoria dos produtores, aumenta o preço demais. Já quando tem muita mercadoria, o preço baixa e conseguimos fazer promoções.”
 
Marcelo Castro, gerente de sacolão no Centro de BH

Marcelo Castro, gerente de sacolão no Centro de BH, explica que as mercadorias têm variação de preço, de acordo com a entressafra

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
 

Ele diz ainda que o clima e a época do ano também contribuem para a queda ou aumento de preços dos alimentos.