Imagem de um posto de gasolina em Belo Horizonte

Para além dos acréscimos, outro fator é a diferença de preços entre a gasolina e o álcool

Jair Amaral/EM/D.A Press


Com o anúncio de aumento dos preços de combustíveis feitos pela Petrobras nessa terça-feira (15), o consumidor localizado em Belo Horizonte já começa a sentir os efeitos desse acréscimo na hora de abastecer os veículos.

Esses foram os primeiros aumentos após a implantação da nova política de preços da Petrobras. A justificativa da empresa é de que os preços do petróleo se consolidaram em outro patamar e que as operações da petrolífera estão no limite de sua otimização, o que inclui a realização de importações complementares.

Para além dos acréscimos, outro fator é a diferença de preços entre a gasolina e o álcool. Em um posto na Avenida Silviano Brandão, no Sagrada Família, na região Leste da capital mineira, o álcool estava sendo vendido à R$ 3,39 e a gasolina a R$ 5,59, uma diferença de R$ 2,20.

A reportagem do Estado de Minas conversou com o gestor do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, para entender esse cenário e questionar se, diante dessa diferença de preço entre os combustíveis, é vantajoso abastecer com álcool.

"Está bem mais vantajoso. A gente está percorrendo as ruas e hoje a gente já achou postos em BH cobrando R$ 5,99 na gasolina comum. O consumidor, nesse momento, que não abasteceu ontem com preço viável, ele deve optar sim pelo álcool agora", afirmou.

Essa vantagem econômica se dá no conceito da paridade entre os preços da gasolina e do álcool. Quando o preço do etanol estiver abaixo de 70% da gasolina, abastecer com álcool tende a ser mais vantajoso. Para descobrir o percentual, basta dividir o preço do litro de gasolina pelo do álcool. Se o resultado for menor que 0,7, é vantajoso usar o álcool.
No entanto, Feliciano traz um outro fator que pode afetar os preços dos combustíveis em Belo Horizonte nos próximos dias. Devido a essa maior viabilidade de se abastecer com etanol, pelo preço "mais em conta", o gestor do Mercado Mineiro indica que pode haver alguns ajustes no preço do álcool.

"O consumidor, naturalmente, vai pro etanol, porque está vendo que é muito mais viável. E aí, vai aumentar o consumo do etanol, pelo menos, momentaneamente. Vai ter uma demanda muito grande pelo etanol agora e pode ser que o etanol suba de preço", finalizou.